A designação do “Espírito Santo” como Aum [Om], nas escrituras hindus, denota o seu papel no plano criador de Deus: “a” representa akara, ou vibração criadora; “u” simboliza ukara, vibração preservadora; e “m” refere-se a makara, o poder vibratório de dissolução.
Uma tempestade, bramindo no mar, cria ondas grandes e
pequenas, preserva-as por algum tempo e, então, ao aplacar-se, dissolve-as.
Assim, Om, ou o Espírito Santo, cria
todas as coisas, preserva-as em miríades de formas e, por fim, dissolve-as no
seio oceânico de Deus, para que sejam outra vez recriadas – um processo
constante de renovação da vida e das formas no contínuo sonho cósmico de Deus.
Assim, o
Verbo ou a Vibração Cósmica é a origem de “todas as coisas”: “Sem ele nada do
que foi feito se fez”. O Verbo existiu desde os primórdios da criação – foi a
primeira manifestação de Deus quando originou o universo, “O Verbo estava com
Deus” – impregnado da inteligência reflectida de Deus, a Consciência Crística –
“E o Verbo era Deus” – vibrações do Seu próprio e único Ser.
As
declarações de São João fazem eco a uma verdade eterna que ressoa em várias
passagens dos antigos Vedas: que o Verbo cósmico vibratório (Vak) estava com Deus, o Pai-Criador (Prajapati), no princípio da criação,
quando nada mais existia; e que, por intermédio de Vak, foram feitas todas as coisas; e que Vak é o próprio Brahman (Deus).
Na
Bhagavad Gita, o Senhor afirma: “Entre as palavras, sou a sílaba Aum” (X:25).
“De todas
as criações, sou o começo, o fim e também o meio” (X.32).
“Eu, o
Imutável e Eterno, sustento e permeio todo o cosmos com um simples fragmento de
Mim mesmo” (X:42).
Com a
compreensão desta verdade, temos a ciência subjacente ao universo e uma base adequada
para interpretar estes versículos de São João no contexto da sua referência à
vida de Jesus Cristo.
Na mesma
linguagem das escrituras característica dos sábios da Índia, São João postula,
nos versículos de abertura do seu Evangelho, e numa referência com duplo
sentido à reencarnação de Jesus, a divindade do estado Crístico de Jesus como
análoga à manifestação Crística Universal de Deus, que surge como Inteligência
e Vibração Criadora no nascimento da criação.
Na Índia,
os devotos não fazem distinção entre a divindade de Deus no microcosmo da
consciência encarnada de um avatar – como no Senhor Krishna, por exemplo - e a divindade de Deus no macrocosmo da
expressão universal.
Da mesma forma, São João fala alegoricamente do Cristo
em Jesus como sendo uma e a mesma manifestação Crística na Infinitude
(a presença de Deus na criação), sendo esta última a intenção principal de sua menção nestes versículos.
ॐ
The Second Coming of Christ Tradução: Blog Texto Meditativo
A Segunda Vinda de Cristo, Volume I (Extracto: Discurso 1 - João 1:4 - Pág. 16)
(A Ressurreição do Cristo Interno)
Um revelador comentário sobre os ensinamentos originais de Jesus
Editora: Yogoda Satsanga Society of India/Self-Realization Fellowship
Sri Sri Paramahansa Yogananda
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