sexta-feira, 12 de julho de 2013

Como a escuridão da ilusão cega o homem para a luz da presença de Deus na criação



Nyako Nakar
Sol radiante emanando energia



E a luz resplandece nas trevas; e as trevas não a compreenderam (João 1:5)

Trevas - significa ilusão, ignorância. Os conceitos contidos nos versículos esotéricos de São João são extremamente bem explicados nas escrituras Sânscritas. Quando interpretadas com a iluminação proporcionada pelos mestres da Índia, descobre-se que estas verdades são universais e científicas. As leis espirituais que definem o funcionamento do universo, e o lugar do homem nele, são da mais elevada ciência, sustentando todas as descobertas científicas; mas como os cientistas dependem mais dos efeitos do que das causas últimas, os pronunciamentos espirituais dos sábios são geralmente descartados como superstição. Porém, com uma compreensão gradualmente ampliada, a ciência espiritual e a ciência material descobrem que pisam terreno comum.


Existem duas manifestações da escuridão da ilusão: uma é Maya (*), a ilusão cósmica, “aquilo que mede o Infinito”; e a outra é Avidya que significa ignorância ou ilusão
 individual.


Se alguém vê um elefante movendo-se no ar, seria dito que o que ele está a ver é uma ilusão ou alucinação; mas para ele a percepção é real. Maya é a hipnose em massa de Deus pela qual Ele faz com que cada ser humano acredite na mesma "realidade" ilusória da criação tal como percebida pelos sentidos; Avidya individualidade de forma, experiência e expressão (dá suporte ao ego ou pensamento-Eu).


A luz que “resplandece na escuridão” da ilusão da criação é a luz de Deus. Deus é luz. Na Primeira Epístola de São João (1:5) lemos: “Esta é então a mensagem que Dele ouvimos e a vós proclamamos: que Deus é luz, e não há Nele trevas nenhumas).


Na Vibração Cósmica criativa inteligente que saiu da consciência cósmica de Deus, foram estas as Suas duas primeiras expressões de criação manifesta: o som (o sagrado Aum ou Amém) e a luz ("No princípio... Deus disse: 'Faça-se luz '"- Génesis 1:1,3). Unidades de luz divina, mais finas do que os electrões e outras partículas subatómicas, são os tijolos de que a matéria é composta. Todas as coisas visíveis na tela do universo são correntes diferenciadas da luz cósmica e as sombras ou "escuridão" da ilusão.


A luz de Deus brilha na escuridão da ilusão cósmica, mas o homem, em sua percepção, sofre de duas doenças combinadas que causam cegueira: as limitações dos seus sentidos, ou ignorância ilusória individual, e a ilusão cósmica.


Devido à limitação dos sentidos, o homem não percebe o espectro completo até mesmo das manifestações materiais. Se o poder da visão fosse aumentado, podia ver todos os tipos de luzes - átomos, electrões, fotões, auras vibratórios - dançando ao seu redor. Se o poder da audição fosse suficientemente aumentado, podia ouvir o zumbido dos átomos, os planetas no seu curso em torno do sol, a explosão de estrelas, fazendo um tremendo estrondo em todo o universo.


Poder-se-ia sentir todo o universo pulsando com vida. Mas nenhuma das mais finas e elevadas vibrações pode ser sentida, excepto num grau limitado com o auxílio de delicados instrumentos super sensoriais. "Escuridão" denota essa limitação, porque produz a ilusão de confinamento da consciência.



A própria luz do sol é considerada escuridão, porque é uma parte deste mundo físico de dualidade; a sua corpulência, também, esconde a luz maior de Deus. Apenas nos estados de êxtase espiritual transcendente não existe a dualidade de dia e noite, de luz e trevas, masa luz de Deus. Logo atrás da escuridão dos olhos fechados em meditação brilha o esplendor de Deus.


O homem está cego pelas relatividades da vida. Sem a ajuda de luz física ele vê escuridão. Mas para além dessa escuridão está uma outra luz que permeia o mundo. Escondida atrás do éter do espaço está a tremenda luz do mundo astral, dando a vida e energia que sustenta todo o universo. Os raios de aurora dos vitatrons astrais são um ectoplasma espiritual em torno de todo o Cosmos. Fora da luz astral, Deus está criando planetas e universos. Eu estou nessa luz o tempo todo, eu vejo tudo brilhando com essa essência celeste - toda a manifestação física emana dessa luz astral, e essa luz emana da manifestação criativa de Deus como Luz.


Se você visse a Deus agora, iria vê-lo como uma massa de luz cintilante sobre todo o universo. Quando fecho os meus olhos em êxtase tudo se funde nessa grande luz. Não é imaginação; é sim a percepção da Única Realidade do ser. Nesse estado, tudo o que é visto vai acontecer; essa é a prova da realidade dessa Luz Omnipresente de todos os devires.
O homem está tão embriagado de ilusão, que oblitera a sua verdadeira percepção de modo que a escuridão da sua ignorância não pode apreender a luz de Deus vibrando em todo o lado. Tanto a ilusão cósmica (maya) como a ilusão individual ou ignorância (avidya), trabalham juntos para assim obscurecer e confundir o sentido inerente e intuitivo da alma, da omnipresença de Deus. Na meditação, essa escuridão da dependência sensorial vai embora e a intuição prevalece, revelando a pessoa como luz na magnitude de todo um universo de luz.





(*) Maya - o Medidor Mágico cósmico, que produz a ilusão de divisão de uma porção do Infinito Indivisível em objectos finitos separados, do mesmo modo que um oceano calmo se torna distorcido em ondas individuais à sua superfície pela acção de uma tempestade. Toda a criação não é senão Espírito, aparentemente e temporariamente diversificado através da actividade vibratória criativa do Espírito.


 


The Second Coming of Christ

Tradução: Blog Texto Meditativo 

A Segunda Vinda de Cristo, Volume I (Extracto: Discurso 1  - Pág. 18) 
(A Ressurreição do Cristo Interno)
Um revelador comentário sobre os ensinamentos originais de Jesus

Editora: Yogoda Satsanga Society of India/Self-Realization Fellowship

Sri Sri Paramahansa Yogananda

  

Sem comentários:

Enviar um comentário