terça-feira, 18 de novembro de 2014

Escutar, Reflectir, Contemplar a Verdade - Sravana, Manana, Niddhyasana



Swamis e Sadhus da Montanha Arunachala - Omimages Photography

EXCERTO DE :

Introdução à filosofia e à prática
dos ensinamentos espirituais de
Bhagavan Sri Ramana

Autor: MICHAEL JAMES


      Para a maioria dos aspirantes espirituais, o processo de obtenção do auto-conhecimento, tal como a aprendizagem de qualquer outra arte ou ciência, diz-se que é um triplo processo de:


Sravana:  Aprendizagem

Manana: Assimilação

Niddhyasana: Prática


A palavra sravana significa <<escuta>>, mas neste contexto significa aprender a verdade pela escuta, leitura ou estudo. A palavra manana significa pensar, discorrer, reflexão ou meditação, quer dizer, morar frequentemente na verdade que aprendemos por meio de sravana, para embebê-la, compreendê-la cada vez mais claramente, e imprimi-la na mente cada vez mais firmemente. A palavra niddhyasana significa atenção aguda ou contemplação profunda, quer dizer, no nosso contexto, pôr o que aprendemos e compreendemos por sravana e manana em prática, prestando atenção e contemplando agudamente a nossa essencial auto-consciência de ser, <<eu sou>>.


Na vida diária, a mente encontra inumeráveis impressões diferentes através dos cinco sentidos, e pensa inumeráveis pensamentos sobre essas impressões, de modo que a impressão feita por uma coisa é substituída rapidamente pela impressão feita por outras coisas. Portanto, ainda que tenhamos aprendido uma vez a verdade espiritual - a verdade de que não somos o corpo limitado mas só o espírito ou consciência ilimitada - a impressão feita por essa verdade vai desvanecer-se rapidamente se não estudarmos repetidamente livros que no-la recordem, e reflectirmos frequentemente sobre ela na mente. 


Contudo, a mera leitura e o pensamento sobre a verdade ser-nos-ão de pouco benefício se não cuidarmos também de a pôr em prática repetidamente, voltando a nossa atenção para a nossa mera consciência de ser sempre que nos apercebermos de que começámos a pensar noutras coisas. Para acentuar a importância desta prática, Sri Adi Sankara declarava no verso 364 de Vivekachudamani que:



O benefício da manana é cem vezes maior que o de sravana, e o benefício de niddhyasana é cem mil vezes maior do que o de manana.


Para algumas almas muito raras, a repetição de sravana, manana, niddhyasana não é necessária, porque assim que escutam pela primeira vez a verdade, compreendem no instante o seu significado e importância, voltam a atenção para si mesmos, e assim experimentam imediatamente o verdadeiro auto-conhecimento. Mas a maioria de nós não tem a maturidade espiritual para ser capaz de experimentar a verdade assim que a escuta, devido a que estamos apegados muito fortemente à existência como uma pessoa individual, e a tudo o que está associado com a nossa pessoa.


Pela repetição de niddhyasana ou auto-contemplação, apoiada pela ajuda da repetição de sravana e manana, a nossa compreensão da verdade e a consciência do nosso ser essencial tornar-se-à cada vez mais clara, e por essa claridade crescente, obteremos estavelmente mais amor por conhecer-nos como realmente somos, e mais desapego à individualidade e a tudo o que está associado a ela. Portanto, até que obtenhamos a maturidade espiritual verdadeira - a disposição e o amor a perder o nosso próprio 'eu' individual na experiência do verdadeiro auto-conhecimento não-dual - temos que continuar o processo de sravana, manana, niddhyasana.


Ainda mais raras que essas almas altamente maduras que são capazes de experimentar a verdade assim que a escutam, há pessoas que sem escutar sequer a verdade a experimentam espontaneamente. Mas tais pessoas são na verdade muito raras.

Tradução: Blog Texto Meditativo

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sri Ramana Maharshi - Significado da Sua Experiência da Morte






EXCERTO DE :

Introdução à filosofia e à prática
dos ensinamentos espirituais de
Bhagavan Sri Ramana

Autor: MICHAEL JAMES



      Tudo o que escrevo neste livro é o que aprendi e compreendi dos ensinamentos do sábio conhecido como Bhagavan Sri Ramana Maharshi, que foi um tal ser extremamente raro, que experimentou a verdade espontaneamente sem nunca ter ouvido ou lido nada sobre ela. Ele obteve espontaneamente a experiência do verdadeiro auto-conhecimento, um dia em Julho de 1896, quando era só um estudante de dezasseis anos. Nesse dia estava sozinho sentado numa dependência da casa do seu tio na cidade de Madurai no sul da Índia, quando repentinamente e sem nenhuma causa aparente, um intenso medo da morte surgiu dentro dele. Em vez de procurar remover este medo da sua mente, como a maioria de nós faria, ele decidiu investigar e descobrir por si mesmo a verdade sobre a morte.


<<De acordo, a morte chegou! O que é a morte? O que é que morre? Este corpo vai morrer - que morra>>. Assim decidindo, deitou-se como um cadáver, rígido e sem respiração, e voltou a sua mente para dentro para descobrir o que é que a morte realmente lhe faria. Mais tarde descobriu a verdade que amanheceu nele nesse momento, como segue:



<<Este corpo está morto. Agora será levado para o campo de cremação, queimado e reduzido a cinzas. Mas com a destruição deste corpo, eu também sou destruído? Este corpo é realmente "eu"? Ainda que este corpo esteja jazendo sem vida como um cadáver, eu sei que eu sou. Não afectado nem um pouco por esta morte, o meu ser está brilhando claramente. Portanto, não sou este corpo que morre. Sou o "eu" que é indestrutível. De todas as coisas, só sou a realidade. Este corpo está sujeito à morte, mas eu, que transcendo o corpo, sou isso que vive eternamente. A morte que veio a este corpo não pode afectar-me a mim>>.



Ainda que tenha descrito a sua experiência da morte com muitas palavras, explicou que esta verdade na realidade amanheceu nele em um instante, não como raciocínio ou pensamentos verbalizados, mas como uma experiência directa, sem a mais mínima acção da mente. Tão intenso foi o seu medo e o impulso de conhecer a verdade da morte, que sem pensar nada, voltou a sua atenção para o corpo rígido e sem vida até ao núcleo mais íntimo do seu ser - a sua auto-consciência essencial <<eu sou>>, inadulterada e não-dual. Porque a sua atenção foi focalizada tão agudamente na sua consciência de ser, a verdadeira natureza desse ser-consciência revelou-se como um lampejo de conhecimento directo e certo - conhecimento que foi tão directo e certo que nunca poderia ser posto em dúvida.



Assim pois, Sri Ramana descobriu a si mesmo como a pura consciência transpessoal <<eu sou>> que é o único todo ilimitado, ininterrompido e não-dual, a única realidade existente, a fonte e substância de todas as coisas, e o verdadeiro 'Si' de todo o ser vivo. Este conhecimento da sua natureza real destruiu nele para sempre o sentido de identificação com o corpo físico - a sensação de ser uma pessoa individual, uma entidade separada confinada dentro dos limites de um tempo e lugar particulares.



Junto com este amanhecer do auto-conhecimento não-dual, a verdade de tudo o mais tornou-se clara para ele. Ao conhecer a si mesmo como o espírito infinito, a consciência fundamental <<eu sou>>, na qual e através da qual as demais coisas são conhecidas, ele soube como uma experiência imediata como essas outras coisas aparecem e desaparecem nesta consciência essencial. Assim pois, ele soube sem a mais mínima dúvida que tudo o que aparece e desaparece depende para a sua experiência aparente dessa consciência fundamental, que ele conheceu como o seu verdadeiro eu.









Samadhi Shrine
Antes de Sri Ramana deixar o seu corpo, os devotos foram ter com ele e pediram-lhe
que ficasse por mais algum tempo pois precisavam da sua ajuda.
Ele respondeu "Oh! Onde posso ir? Vou estar sempre aqui"



Tradução: Blog Texto Meditativo

domingo, 16 de novembro de 2014

I - A Realidade Em Quarenta Versos (Ulladu Narpadu) - Invocação


de BHAGAVAN SRI RAMANA MAHARSHI
_________________________________________
Comentário de "WHO" (K. LAKSHMANA SARMA)

Extrato:
Versículos Invocatórios



http://planet-bharat.blogspot.pt/2013/04/bharatayatra-2013-january-to-march.html



  


INVOCAÇÃO - I



Pode haver um sentimento (consciência) de existência, sem algo que é (existe)?
Pode haver uma verdadeira consciência (Realidade) diferente de "Aquele que é"?

Uma vez que "Aquele que existe" habita, desprovido de pensamentos, no Coração
- Ele próprio se chama Coração -
Quem é que pode meditar sobre "Aquele que é" (Satvastu) e Como meditar?

Saiba que para meditar sobre "Ele", é ser como "Aquele Satvastu é"
- É permanecer no Coração sem pensamentos.


  


      Sri Bhagavan, que sempre permaneceu em Sahaja Samadhi - a experiência de união de Brahman e Atman - ensina neste Texto: REALIDADE EM QUARENTA VERSOS (ULLADU NARPADU) o caminho directo para o estado que ele tinha percebido como sendo a sua própria experiência constante, isto é, o Estado de Libertação, para que os devotos ou aspirantes possam procurar e permanecer nesse estado Imaculado de Atman Não-dual (este estado é diferente de qualquer outra coisa porque é um estado de não dualidade). Não há objecto a ser conhecido; nem há um sujeito, um conhecedor, a alma; portanto, não há conhecimento).


Comentário ao Versículo Invocatório 1


      Apesar de haver três enunciados neste venba*, como o primeiro enunciado tem duas asserções diferentes, podemos considerar que este verso contém quatro enunciados. O tema fulcral do Texto, nomeadamente "Aquilo que é" (Satvastu), é também o fundamento da Invocação. Adicionalmente, é-nos dito que permanecer verdadeiramente como a substância desse Satvastu - e não como se estivéssemos permanentemente separados desse Vastu - constitui a Sua meditação. Como o próprio Bhagavan se encontra sempre estabelecido como a substância d'Aquilo, ele é par excellence o meditador incessante desse Vastu, e podemos considerar que este versículo é igualmente uma invocação a essa Forma de meditação (nomeadamente Bhagavan)!


1) Pode haver um sentimento (consciência) de existência, sem algo que é (existe)?


Aqui, é proposto que se considere a conclusão de que existe um Satvastu (Aquilo que é). Considerando inevitável ou estabelecida a conclusão sobre a irrealidade da tríade aparentemente real - mundo, Deus e jiva, torna-se necessária a Verdade de um substrato que forneça a base para o seu aparecimento. Portanto, definitivamente existe um Satvastu - Aquilo que é - que nas Upanishads se chama de Brahman. Esse é o ensinamento aqui transmitido, e constitui a primeira das duas asserções do mesmo enunciado.


Bhagavan explicou este conteúdo da seguinte forma:

"Toda a gente percebe o mundo e a si mesmo, que percebe o mundo. E considera os dois como reais. Se eles são reais, eles devem continuar a brilhar ininterruptamente, sem desaparecer. Mas brilham apenas intermitentemente e não constantemente. Aparecendo em sonho e em estados de vigília, desaparecem em sono profundo. Por outras palavras, eles aparecem quando a mente se manifesta, e não aparecem quando a mente não se manifesta. Portanto, surgindo e desaparecendo com a mente, eles são co-extensivos com ela. Daí que, o jiva que percebe, e o espectáculo do mundo percebido, são apenas formas-pensamento da mente e não são reais. Aquilo a partir do qual os pensamentos da mente emanam e no qual eles desaparecem é o Verdadeiro Vastu que brilha ininterruptamente."

Um verso no capítulo II da Bhagavad Gita (Nunca há qualquer existência [real] para o irreal; nem há qualquer não-existência para o Real) certifica a verdade aqui declarada, ou seja, a distinção entre o Vastu Real e meras aparências irreais é que, o que aparece de forma intermitente é irreal e o que brilha ininterruptamente é real.** O mesmo conteúdo é ilucidado no Versículo 7 também:


Os dois, o mundo e a mente, surgem e desaparecem juntos simultaneamente; mas o mundo é iluminado apenas pela mente. A Eterna, Perfeita e Toda a Verdade é Aquela apenas, na qual o mundo e a mente surgem e desaparecem,  e que por si só brilha sem se levantar nem se pôr.  


A afirmação de Sri Gaudapada de que "O que não tinha existência no início e não vai existir depois de algum tempo é não-existente, mesmo no período intermédio (durante o qual parece existir)" também vem corroborar esta verdade. Aqueles que aceitam esta definição da Verdade são Advaitinos; os outros são Dvaitinos. No entanto todos os credos são aceitáveis para Sri Bhagavan.


A analogia de uma corda que parece uma cobra é usada para explicar a afirmação aqui enunciada de que, embora o aparecimento do mundo seja irreal, existe um Satwastu como sua base ou substrato. Assim como a corda é real e a cobra uma falsa aparência, os elementos da tríade, o jiva (a alma individual), Deus e jagat*** (o mundo) são irreais, e apenas Brahman é a única Realidade.


Uma vez que nenhuma cobra pode aparecer na ausência de uma corda, a corda, a realidade de base, é chamada de adhisthana - substrato. Como uma cobra é uma mera aparência, imaginada e projectada, é chamada de aropitam - sobreposição. Da mesma forma Brahman - Aquele que é - é o Substrato. O jiva, Deus e o mundo são sobreposições imaginadas sobre Ele.


Esta analogia lança luz sobre uma outra verdade. A aparência da cobra imaginada obscurece a corda - o substrato - e a corda brilha como corda somente quando a cobra imaginada deixa de aparecer, provando assim que é da natureza da sobreposição (aropitam) esconder eficazmente a verdade do substrato (adhisthana). Uma vez que "o que é" é apenas "UM", a falsa aparência imaginada n'Ele apenas O pode velar. Da mesma forma, o mundo sobreposto obstrui e impede a verdade de Brahman (adhisthana) de brilhar. Embora o que é, é a única Realidade, Brahman, o Único, Ele aparece como o mundo e não como "Ele É", em seu Esplendor.


Enquanto Brahman é visto como o mundo, Brahman não brilhará como Brahman. Apenas no estado de Conhecimento, no estado de Experiência de ser o Ser, quando a aparência do mundo se desvanece, Brahman brilhará na sua verdadeira Forma - em todo o esplendor de Uma Realidade Ininterrupta - O Ser.


Esta natureza, de aparência e velamento é chamada de maya. A sua natureza inerente  é fazer o real aparecer como irreal e o irreal aparecer como o real. Precisamente por causa desse poder de maya, o homem permanece em ilusão, tomando o mundo irreal pelo real, e ele próprio - um jiva - inextricavelmente aprisionado nele. Embora, na verdade, não exista tal coisa como maya, a pessoa torna-se consciente desta verdade somente após a Experiência de ser o Ser. No entanto, até ao despontar do Esclarecimento, durante o período em que o mundo parece real, a noção de que maya existe tem de ser aceite. Todos sabem por experiência própria comum que muitas vezes uma coisa parece ser outra coisa. Da mesma forma, apesar de Satvastu - "Aquilo que é" - permanecer sem nomes e formas, transcendendo tempo e espaço, com absoluta não-diferença, apenas Puro Ser e Consciência, nós O percebemos como o mundo. Ao discípulo que questiona a razão para essa distorção, o mestre lhe diz que é a função de maya conhecida como ignorância - a ignorância primordial - ou ajnana.


Mas "Aquilo que é", Satvastu, não sofre nenhuma alteração e permanece sempre o mesmo, nunca se desviando da Sua própria Natureza. Esta verdade é chamada Ajāta Siddhāntam (A Verdade de Não-Tornar-Se). Isto está em sintonia com a Verdade experienciada pelos sábios e pela lógica racional. 


A ilusão mental do observador (jiva) é a causa da aparência de uma cobra numa corda. Sendo este observador senciente - com consciência - o aparecimento de uma cobra é devido à consciência errada gerada pela ilusão mental.  


2) Pode haver uma verdadeira consciência (Realidade) diferente de "Aquele que é"?


A Consciência necessária para Satvastu brilhar, tanto como Ele é na verdade ou como o mundo irreal, não é outra senão o Próprio Satvastu. "Aquilo que é", é Ele mesmo a forma da Consciência; uma massa sólida de jnana (Conhecimento), ou seja, jnana personificado. Na verdade não há outra consciência para além d’Ele, para Ele brilhar, e Ele brilha por Sua própria luz de Consciência, em sua Refulgência Auto-reveladora, ou seja, o Ser é Auto-revelado.


É claro o facto de que apenas Brahman, a forma da Consciência, permanece como a luz reveladora, tanto quando Brahman aparece como o mundo durante o período de ignorância, como quando Brahman brilha como Ele é - como O Ser - simplesmente como Ser Consciência.**** 


Um outro significado que é recolhido nesta frase é que, como não existe Verdadeira Consciência separada de Brahman, aquele que é chamado de jiva, que não tem existência real aparecendo como se fosse diferente de Brahman, é uma consciência espúria. Aquele que, como observador contempla o espectáculo do mundo, é essa consciência espúria, o jiva. Bhagavan explicou que este jiva, o observador, também é uma parte da aparência do mundo, e este tema é clarificado a seguir, no mesmo verso.


Bhagavan dá a este jiva o nome de poliuyir - alma espúria ou irreal ou alma de imitação, num dos versículos suplementares (versículo 17). Cidabhasa - a consciência reflectida ou consciência espúria, de que falam os Textos do Vedanta, é este jiva. Homens sob a influência da ignorância, consideram-no como o 'Ser' ou Atman, dão-lhe o nome de jivatman e a Deus de paramatman, e falam como se houvesse dois Atmans!! A instrução outorgada é que, além de Brahman, Ulladu (Aquilo que é) não há nenhum outro como jiva. Esta é a doutrina da união de Atman e Brahman, o ensinamento central das Upanishads e acolhido por Sri Sankara também. Esta é a Verdade Transcendental que brilha em todo o seu esplendor no Estado de Conhecimento ou no estado de Experiência de ser o Ser, mas nós, na densa escuridão da ignorância, incapazes de compreender esta Verdade, tomamos o jiva espúrio pelo Ser, e tudo o mais como diferente dele.


Do acima exposto claramente resulta que Brahman, Ulladu (Aquilo que é) é a única verdade e é também a Consciência que se revela a Si mesma; apenas Brahman é o Ser (Atman); e não existe nada, senciente ou insenciente, diferente Daquilo. Aquilo permanece sem qualquer tipo de distinção tal como a testemunha e o espectáculo percebido. Esta é de facto a doutrina do Advaita. Advaita significa o Um sem um segundo. 


Aqui não está a ser transmitido que Brahman é Um com Consciência ou Sabedoria ou Conhecimento, mas sim que Ele próprio é Consciência. Qual é então o significado? Aquele que tem consciência ou conhecimento como sua função ou atributo é simplesmente o intelecto, que não é nada mais do que a mente. Consciência ou Conhecimento não é a natureza inata da mente, mas é a sua propriedade ou função. Portanto, este conhecimento da mente é inconstante e impermanente. No estado de sono sem sonhos a consciência da mente desaparece. Ao contrário desta, a Consciência que é a natureza e forma de Brahman é Eterna e imutável porque a Consciência não é Sua função. A Consciência inalienável, a própria forma de Brahman, é imperecível, ao contrário da mente que perde a consciência e se extingue quando mergulha no desfalecimento ou durante o sono. A forma da Sua Consciência é inviolável e não afectada pelo Tempo, espaço ou por qualquer outro factor. Ela permanece por si só, em absoluta 'solidão', mesmo quando todos os mundos se tornam nada, se extinguem.


Embora a afirmação de que "Brahman é a própria forma da Consciência ou Conhecimento" tenha o direito de ser aceite por nós pela pura força do próprio ensinamento, também pode ser verificada através de raciocínio lógico suportado pelo método de inferência. A primeira das duas asserções do primeiro enunciado contém esse tipo de raciocínio, em que percebemos que Brahman é realmente a origem de onde a mente e os pensamentos surgem, e na qual desaparecem. A mente é senciente ou um objecto com consciência, o que implica que o objecto de onde surge, ou é com consciência ou é a própria Consciência. Se for meramente com consciência, torna-se apenas um outro objecto como a mente e não pode ser Sat ou uma entidade permanente, ou "Aquilo que Sempre é". Portanto, "Aquilo que é" nem é insenciente (jada) nem com Consciência. Então o que é? Então, na verdade é Consciência ou Chit ou Chaitanya, é a Própria Senciência. A doutrina conclusiva da totalidade do Vedanta é que o Ser que é Brahman não é Um com Consciência, mas é sim Chaitanya, a Própria Senciência. Por isso é chamado de Sat-Chit.


Existem ainda outros argumentos, e o raciocínio lógico é o seguinte: uma vez que não se pode dizer de Brahman que é Um com consciência, Ele ou é jada - insenciente, ou chaitanya - senciente.   Se não é jada, pode inferir-se que Ele é senciente. Não pode ser chamado de insenciente, porque isso implicaria que Ele não é Auto-refulgente, pois tudo o que é jada ou insenciente, não sendo Auto-revelador, brilha com a luz de alguma outra consciência. Então surge a pergunta "por qual luz de consciência Brahman brilha?"; à qual o indagador responderá "por uma senciência ou consciência que é diferente de Aquilo. "De imediato seria perguntado se esse Chit ou consciência é Sat ou Asat (O teste da Realidade é a continuidade de existência sem mudança - deve ser sempre real; estar presente em todos os tempos; não confinada por nomes e formas ou outras limitações). Não se pode presumir que é asat porque nada pode brilhar pela luz de 'asat'. Se for dito que é 'sat', então Aquilo terá que ser necessariamente sat e chit, o que significa que o mesmo vastu pode ser ambos, sat e chit. Este raciocínio foi aceite e nada nos impede de concluir que o referido sat - Brahman - é também chit. Esta é a conclusão mais lógica. Que Sat, que é o substrato do mundo, é Auto-revelador na Sua própria Auto-refulgência, não necessitando de qualquer outra consciência para O revelar. Se este raciocínio for rejeitado, alegando que esse Sat é não-Auto-refulgente, pela mesma lógica também não se pode presumir que o 'Chit' é Auto-refulgente, e necessitará assim de outro Chit para o iluminar e revelar o chit anterior. Deste modo, a projecção de incontáveis chits não-Auto-refulgentes terá de continuar ad infinitum, e o argumento iria sofrer da falácia de anavasta dosam, de o tornar interminável. Por tudo isto, Brahman, o Satvastu, Aquilo que é, é por si só Chit, é a conclusão justa e lógica, e qualquer coisa em contrário deve ser considerada falaciosa.


Vemos assim de forma conclusiva que a natureza de Brahman possui dois aspectos: nomeadamente 'Existência' (Sat) e 'Consciência' (Chit), vindo desse modo a ser conhecida como Sat-Chit.

Sat significa 'Aquilo que é' e Chit significa 'O Sentimento de Existência' ou 'Consciência' ou Jnana ou Senciência.


Não se deve ceder à ilusão, perguntando: "Isso é tudo Svarupa - a natureza e forma de Brahman?" O que se tem tentado revelar é que a natureza de Brahman é diferente do mundo irreal e da mente, e não é de modo algum uma descrição integral do Svarupa ou da natureza real de Brahman que só pode ser conhecida pela mais directa e imediata experiência e não por qualquer outro modo, lógico ou não.


O facto de que Brahman é a forma de Chit não significa de modo algum que a mente, que é aparentemente senciente, seja na verdade Chit. Que ela é jada ou insenciente, tal como o mundo, é o que é afirmado  e melhor explicado no Versículo 22 do Texto (Ulladu Narpadu):


O Ser - o Senhor, Que é Pura Consciência, empresta a luz da Consciência à mente e brilha dentro da mente (no Coração). Como podemos então conhecê-Lo pela mente, excepto voltando a mente para o interior, para longe dos fenómenos objectivos do mundo, e unificando-a com o Senhor?


Se nós somos, em Verdade, esse Sat-Chit-Ananda, Brahman, por outras palavras, se Aquilo é o nosso Ser, então porque não percebemos a nossa verdadeira Realidade? Por que nos consideramos estes jivas maldosos, ou estes corpos, ou estas pessoas mundanas expostas às amarras do samsara? A frase seguinte fornece a resposta a esta pergunta.


3) Uma vez que "Aquele que existe" habita, desprovido de pensamentos,
    no Coração - Ele próprio se chama Coração - 
    Quem é que pode meditar sobre "Aquele que é" (Satvastu) e Como meditar?


O próprio Bhagavan graciosamente explicou que, nesta frase, a palavra evan, no original Tamil, deve ser tomada em dois sentidos, como "Quem" e "Como".


Este enunciado afirma que Brahman é sem mente e sempre tranquilo. Reside no 'Coração', chamado ullam ou hrdayam. Esse Brahman, "Aquilo que é", brilha como Ele é, apenas no Coração, onde a mente está extinta. Numa mente exteriorizada e activa (numa mente extrovertida), Ele não brilhará como Ele é verdadeiramente, o que significa que Ele aparecerá somente como  a alma individual, Deus e o mundo. Esta é uma das muitas razões por que Brahman está além da contemplação pela mente.


Uma delas está exposta no Versículo 22 acima transcrito - transmitindo a luz da Consciência à mente. Duas razões são aqui postuladas. Uma delas é que a natureza da mente é sobrepor, no Imaculado Brahman Não-dual, diferenças imaginadas e venerá-las como sendo a Realidade. A outra é que um ser senciente - um jiva - não existe separado de Brahman, para O poder contemplar.


Analisemos a primeira. A mente cria um imaginário "dentro" e um imaginário "fora" e ainda cria, no imaginário fora, muitos mundos, os outros jivas ou almas individuais, e Deus. Esta é a natureza inata da mente. Já vimos que Brahman é a única Verdade de base como o substrato para todas essas projecções imaginárias, e como tal elas são meras sobreposições no Brahman. Pela lógica  de que as sobreposições imaginadas escondem e impedem a Verdade fundamental da realidade do terreno subjacente brilhar tal como realmente é, percebemos que o mundo projectado e outros adjuntos externos impedem  o Adhisthana - Brahman - de brilhar como Ele é. Enquanto a mente se mantiver exteriorizada, Brahman aparecerá como o mundo, a alma individual e Deus, e não como Brahman. Mas se a mente se volta para dentro, unindo-se com o Coração - o local da sua origem - dissipa-se a sua natureza como mente. Então, desaparecendo a tríade imaginada, Brahman brilha como o Ser, sem qualquer impedimento; embora a mente não consiga saber nem percepcionar isso.


Embora se fale aqui do "Coração" - ullam - como sendo a morada de Brahman, dado que na verdade Ele não é diferente de Brahman, não é nem um local ou uma morada, nem é Brahman confinado a apenas um lugar específico. Diz-se que o Coração é a morada de Brahman para sublinhar a necessidade de o aspirante desejar a Experiência de Ser o Ser, de se voltar para dentro, abandonando a tendência da mente de ser exteriorizada. Esse ullam, o Coração, que é o próprio Brahman e Brahman é o Coração, é elucidado pelas palavras ullamenum ulla porul - o Satvastu que é ullam.


Dizer que Brahman está no Coração, significa que Ele brilha como Ele é com a submersão da mente, e não brilhará quando a mente exteriorizada se entrega a actividade intensa. Então, a tríade imaginada irá velar Brahman: assim compreende-se que Brahman não poderá ser conhecido por quem tem apegos exteriores.
  

A outra razão avançada é que não há nenhum Ser senciente que não seja Brahman, que seja separado d'Ele, para O contemplar. O jiva que se orgulha de ser conhecedor de outros objectos, já vimos isso, é um jiva espúrio - poliuyir. Quando a mente está voltada para fora, tal pessoa aparecerá como real; mas se a mente, voltada para dentro, desaparece no Coração, ela extingue-se. Sendo uma entidade imaginada, não existe ninguém para contemplar Brahman. Diz-se que Brahman não pode ser contemplado. 


Mas então, existe ou não uma forma de meditar (ulluvadarku) no Ser ou Brahman? O quarto enunciado deste venba dá uma resposta que vem ao encontro desta pergunta.


4) Saiba que para meditar sobre "Ele", é ser como "Aquele Satvastu é".
    É permanecer no Coração sem pensamentos.


O significado desta frase é que a verdadeira meditação sobre a Realidade Suprema (Brahman) é ser como Esse Brahman (Ser) é, no estado livre de pensamentos.


A mente mergulhada interiormente, tornando-se unida como um só com Brahman que não é senão o Coração, perdendo a sua natureza como mente e permanecendo como Ser, 'sem-movimento' e Paz Quiescente, é meditação verdadeira. Este é chamado o Estado de Experiência do Auto-Conhecimento.


Embora seja descrito como 'meditação', não é conduzido pela mente. A contemplação pela mente é acompanhada pela tríade de meditador, objecto de meditação, e a meditação. Mas este estado é desprovido de um triputi. Além disso, como nenhuma outra forma de meditação é aceitável, esta em si mesma é chamada de 'meditação'. Bhagavan costumava dizer, Puja, Visão, Devoção e Conhecimento todos são apenas isto. Todos eles estão contidos neste. Este estado é chamado de Libertação e Turiya. O caminho directo para a mente se tornar voltada para dentro e se afundar no Coração - a Sadhana - é elucidado no Versículo 28 e em alguns outros também.

Assim como uma pessoa mergulha profundamente na água contendo a respiração e a fala para recuperar um objecto caído nela, assim também deve um buscador, com a firme determinação de encontrar a origem de onde surge o ego como "eu", mergulhar fundo no Coração com uma mente aguda e uni-direccionada, controlando o pensamento e a respiração, e conhecê-l'O.



  



Arunachala Grace



  



      Exegese: Brahman, na sua forma nirguna - sem atributos - foi realçado no primeiro Versículo invocatório, mas aparece também com forma e atributos - saguna, em favor de outros devotos. Quando a mente muda para o Estado Sem-Ego, Brahman é nirguna - sem atributos, e é saguna - com atributos, quando a mente é funcional. Então é chamado de Isvara ou Deus. Aqueles que amam a Deus com devoção pura, finalmente oferecem-Lhe o seu próprio ser (o seu ego), tornando-se assim o adequado recipiente da Sua Graça, e obtêm a mesma Experiência Não-dual de Ser o Ser. A demonstração desta verdade forma o conteúdo  do segundo versículo invocatório.


  


INVOCAÇÃO - II



Pessoas virtuosas, tomadas por intenso medo da morte, para afastar esse medo,
procuram o Senhor como refúgio e rendem-se a Ele, Que é livre de nascimento e morte. Assim, o seu ego ('eu'), juntamente com os seus apegos (meu), é destruído.
Tendo-se tornado imortais, irão entreter o pensamento da morte?.



  


Comentário ao Versículo Invocatório 2


      medo da morte assalta todos em algum momento no tempo, mas passa logo depois sem que o choque tenha tido qualquer impacto significativo. Os sentimentos desencadeados por encontros imediatos com a morte são de curta duração e extinguem-se pelo usufruto de objectos de prazer, como boa comida, etc. Mas os homens de maior calibre e feitos de material mais resistente, não permitem que o impacto da morte sobre eles se desvaneça, mas que sempre os lembre de buscar imediatamente um esclarecimento e alcançar uma meta sublime.


Para os homens enredados na maya do mundo e escravizados pela ignorância, os problemas dolorosos da vida do samsara são apenas degraus que conduzem à porta da Libertação. Bhagavan diz:


"Quando alguém sonha durante o sono, enquanto os sonhos são agradáveis e felizes, não acordará do sono, mas visões dolorosas ou assustadoras vão sacudi-lo e acordá-lo. Enquanto o mundo aparentar ser uma extensão de prazer plácido, a pessoa mundana (mergulhada no samsara) não acordará do mundo de maya para a sua própria Verdade. Só os encontros com o aspecto trágico de maya, ou o medo da morte, podem conduzi-la para a Libertação."


Embora se tenha conhecimento da certeza da morte,  o medo da morte não surge intensamente até que se fique cara a cara com ela. O conhecimento nascido da experiência pessoal de que a vida terrena é cheia de sofrimento, leva, através do desapego, em direcção  a nivritti marga, o caminho do afastamento da actividade, ou da renúncia. Alguns personagens altamente ilustres, pelo mero pensamento da própria morte, ou por reflectirem sobre ela, voltam-se  para o caminho  do conhecimento e obtêm a Libertação. O Senhor Buddha e Bhagavan Sri Ramana, que concedeu este Texto, são pessoas assim.


A mente que assim se afastou do mundo mundano e seu cativeiro enleante, caminha sob a influência da Graça do Senhor Mahesa, que é livre de nascimento e morte. Esta descida da Graça volta a mente para o interior e unifica-a com a Realidade Suprema. Quando o sentimento do ego  - o "eu" que surge relacionado com o corpo - em conjunto com as vasanas de várias vidas, é impregnado dessa Realidade Suprema, fica aniquilado. O que permanece é o sem-morte Ser Imortal.


Ahamkara ou o senso-do-ego é a consciência errada de que o próprio corpo é o Ser. Enquanto persistir esta noção errada, a morte do corpo é considerada a nossa própria morte. E o que é aqui revelado, é que o próprio pensamento da morte é destruído com a aniquilação desta consciência errada, 


O coração do ensinamento deste Texto é a investigação do Ser - Atma Vicara -  a sadhana cuja meta é a Libertação. Isso que ajuda, prepara e orienta a sadhana é satyasatya vivekam, o conhecimento discriminativo entre Sat e asat ou comprovação através de discriminação do que é real e irreal. A Busca do Ser confere àquele que busca a realização da experiência do Ser.


Uma análise detalhada do que significa Discriminação, Investigação e Experiência encontra-se em quase todos os versículos. No entanto, a ordem de seriação no Texto, a um olhar mais atento, revela que os versículos que se detêm na Discriminação ocupam o primeiro lugar, aqueles que elucidam sobre a Vicara ou Investigação vêm a seguir, e finalmente vêm aqueles que descrevem a Experiência. Por essa razão, este comentário foi dividido em três grandes títulos, ou seja, Viveka - Discriminação, Vicara - A Busca e Anubhava - A Experiência, a fim de facilitar uma compreensão fácil, em profundidade e abrangente de todas as três componentes deste Texto.




 






* Venba - Uma forma de poesia Tamil clássica.
  O Tamil é uma língua dravídica falada no sul da Índia, Sri Lanka, Myanmar, Malásia,
  Indonésia, Vietname, Singapura.

** O teste da Realidade é a continuidade de existência sem modificação, o que é a evidência de transcendência do tempo e outros elementos da relatividade.

*** Embora o mundo seja um elemento da tríade, na ausência do mundo, os outros dois deixam de existir. Eles existem apenas quando o mundo existe. Portanto, sempre que o mundo é referido, deve inferir-se que inclui os outros dois.

**** A Refulgência de Brahman é na verdade a razão para o aparecimento do mundo. Não é totalmente velado pelo mundo. A Total consciência ininterrupta de Brahman contrai-se em sentimento de ego e revela o mundo.


  


Advaita:    "Não dois", não dual; é um sistema filosófico que sustenta a não realidade, ou
                  ilusão, de tudo aquilo que não seja a Consciência Suprema, Eterna e Infinita
                  (Brahman).
                  O Vedanta caracteriza Brahman como a Realidade (Sat), Consciência (Chit) e
                  Beatitude (Ananda).
Ahamkara: Ego. O "eu" e suas diversas manifestações, identificando-se com elas.
Atman:       É o mais elevado princípio humano, a Essência divina, sem forma e indivisível.
Brahman:  A Realidade Suprema, O Absoluto, O Espírito Divino e Infinito.
Jiva:           Alma individual, considerada como uma manifestação particular de Atman.
Jivatman:   Ser Central, ou Porção do Divino que suporta o Ser individual.
Jnana:       Conhecimento.
Mahesa:    O Senhor Shiva - um dos deuses da trimurti, trindade hinduísta: Shiva é
                  "o Destruidor ou Transformador"; Brahma "o Criador"; Vishnu "o Preservador".
Maya:        Termo filosófico que se refere ao conceito da ilusão que constitui a natureza do
                  universo.
Paramatman: Atman Absoluto, ou Alma Suprema.
Sahaja:      Espontâneo, natural.
Sadhana:   Prática espiritual para levar à meta do Yoga.
Sahaja Samadhi: Perfeito estado natural da consciência, de absorção no Eu superior.
Samsara:   Perambulação. Fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.
Vasanas:   Tendências latentes.
Vastu:        A raíz é vas "habitar, viver, permanecer, residir".
                  Arte da ciência da arquitectura e construção em harmonioso fluxo de energia,
                  em integração com a natureza e crenças hindus antigas que utilizam padrões
                  geométricos perfeitos (Yantras), simetria e alinhamentos direccionais.           
                  Toda a Criação é um Vastu.


Gaudapada: Sábio (Séc.VI), uma das figuras mais importantes na Linhagem dos Mestres
                     do Não-dualismo. Foi o autor-compilador da obra Mandukya Karika, um 
                     tratado sistemático, quintessencial, que contém os termos filosóficos que
                     delineiam a filosofia do Advaita Vedanta.

Shankara: (788-820) foi um monge errante indiano. Foi o principal formulador doutrinal do
                     Vedanta não dualista. Foi uma das almas mais excelsas que já encarnaram
                     neste planeta, chegando a ser considerado uma encarnação do deus Hindu 
                     Shiva. A sua vida encontra-se envolta em mistérios e prodígios que a tornam
                     semelhante às de outros insignes mestres espirituais da humanidade, como
                     Jesus, Moisés e Buda.
                     A sua teologia sustenta que a ignorância espiritual (avidya) é causada pela
                     visão de um eu onde não existe eu algum.



  


Tradução: Blog Texto Meditativo

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