Swamis e Sadhus da Montanha Arunachala - Omimages Photography
ॐ
EXCERTO DE :
Introdução à filosofia e à prática
dos ensinamentos espirituais de
Bhagavan Sri Ramana
Autor: MICHAEL JAMES
EXCERTO DE :
Introdução à filosofia e à prática
dos ensinamentos espirituais de
Bhagavan Sri Ramana
Autor: MICHAEL JAMES
Para a maioria dos aspirantes espirituais, o processo de obtenção do auto-conhecimento, tal como a aprendizagem de qualquer outra arte ou ciência, diz-se que é um triplo processo de:
Sravana: Aprendizagem
Manana: Assimilação
Niddhyasana: Prática
A palavra sravana significa <<escuta>>, mas neste contexto significa aprender a verdade pela escuta, leitura ou estudo. A palavra manana significa pensar, discorrer, reflexão ou meditação, quer dizer, morar frequentemente na verdade que aprendemos por meio de sravana, para embebê-la, compreendê-la cada vez mais claramente, e imprimi-la na mente cada vez mais firmemente. A palavra niddhyasana significa atenção aguda ou contemplação profunda, quer dizer, no nosso contexto, pôr o que aprendemos e compreendemos por sravana e manana em prática, prestando atenção e contemplando agudamente a nossa essencial auto-consciência de ser, <<eu sou>>.
Na vida diária, a mente encontra inumeráveis impressões diferentes através dos cinco sentidos, e pensa inumeráveis pensamentos sobre essas impressões, de modo que a impressão feita por uma coisa é substituída rapidamente pela impressão feita por outras coisas. Portanto, ainda que tenhamos aprendido uma vez a verdade espiritual - a verdade de que não somos o corpo limitado mas só o espírito ou consciência ilimitada - a impressão feita por essa verdade vai desvanecer-se rapidamente se não estudarmos repetidamente livros que no-la recordem, e reflectirmos frequentemente sobre ela na mente.
Contudo, a mera leitura e o pensamento sobre a verdade ser-nos-ão de pouco benefício se não cuidarmos também de a pôr em prática repetidamente, voltando a nossa atenção para a nossa mera consciência de ser sempre que nos apercebermos de que começámos a pensar noutras coisas. Para acentuar a importância desta prática, Sri Adi Sankara declarava no verso 364 de Vivekachudamani que:
O benefício da manana é cem vezes maior que o de sravana, e o benefício de niddhyasana é cem mil vezes maior do que o de manana.
Para algumas almas muito raras, a repetição de sravana, manana, niddhyasana não é necessária, porque assim que escutam pela primeira vez a verdade, compreendem no instante o seu significado e importância, voltam a atenção para si mesmos, e assim experimentam imediatamente o verdadeiro auto-conhecimento. Mas a maioria de nós não tem a maturidade espiritual para ser capaz de experimentar a verdade assim que a escuta, devido a que estamos apegados muito fortemente à existência como uma pessoa individual, e a tudo o que está associado com a nossa pessoa.
Pela repetição de niddhyasana ou auto-contemplação, apoiada pela ajuda da repetição de sravana e manana, a nossa compreensão da verdade e a consciência do nosso ser essencial tornar-se-à cada vez mais clara, e por essa claridade crescente, obteremos estavelmente mais amor por conhecer-nos como realmente somos, e mais desapego à individualidade e a tudo o que está associado a ela. Portanto, até que obtenhamos a maturidade espiritual verdadeira - a disposição e o amor a perder o nosso próprio 'eu' individual na experiência do verdadeiro auto-conhecimento não-dual - temos que continuar o processo de sravana, manana, niddhyasana.
Ainda mais raras que essas almas altamente maduras que são capazes de experimentar a verdade assim que a escutam, há pessoas que sem escutar sequer a verdade a experimentam espontaneamente. Mas tais pessoas são na verdade muito raras.
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