Oh! Arunachala! Concede a Tua graça, que eu possa enlouquecer de alegria ao beber-Te, o suco verdadeiro, como de um fruto na palma da minha mão. |
ARUNACHALA AKSHARAMANAMALAI
Grinalda de noivado de poemas para Arunachala - Poema 23
ॐ
Fonte:
Does the practice of ātma-vicāra work?
Michael James
http://happinessofbeing.blogspot.pt/2014/03/does-practice-of-atma-vicara-work.html
Segunda-feira, 3 Março 2014
A teoria soa incrível e muito inspiradora, mas a prática resulta?
Existem muitos exemplos de pessoas que realizaram o ser usando apenas esta prática? Pelas minhas limitadas leituras sobre o assunto, parece que na sua maioria os aspirantes que realizaram o ser através desta prática tiveram (por vezes) vasta experiência de outras práticas antes de enveredarem pela inquirição.
Michael, como foi a sua própria experiência desta prática? Achou ou sente que a sua prática tem 'progredido' ao longo dos anos. A sua experiência da prática agora é diferente de quando começou? Pelo que entendo, raramente se sente ou se pode sentir progresso em direcção à realização, mas a inquirição teve algum outro impacto, positivo ou negativo, na sua vida?
Acho que o que estou a perguntar é a velha questão de quanto tempo se deve manter o olhar fixo no próprio ser até a ilusão começar a perder o seu poder.
Às vezes até parece que a orientação dos gurus é intencionalmente enganadora. É como alguém nos dizer que se olharmos fixamente o tempo suficiente para uma porta ela se abrirá para revelar o céu do outro lado. Quando na verdade tudo o que acontece é que se você olha fixamente para a porta, você apaixona-se pela porta, até ao ponto em que já não a vê como o obstáculo para alcançar o céu. Simplesmente olhar a porta é o céu. Portanto a porta nunca muda ou se abre, mas 'você' ou a sua perspectiva dela, sim. Da mesma forma, será inútil ser auto-atento na esperança de que algum dia a prática se vai aprofundar, mudar ou revelar algo diferente da sua experiência normal de existência? Trata-se apenas de que se você passar o tempo suficiente consigo mesmo se apaixona?
A resposta à primeira e principal pergunta de Jas, "a prática resulta?", é que podemos descobrir isso apenas por o tentarmos por nós mesmos. É claro, nós temos a garantia de Sri Ramana de que resulta, portanto podemos testar a sua eficácia com razoável confiança de sucesso, mas ele não nos pediu para aceitar qualquer coisa meramente por fé, mas ensinou-nos que devemos investigar o que o "eu" é (quem sou eu) e assim descobrir por nós mesmos.
É por isso que ele chamou a esta prática ātma-vicāra: auto-investigação. Nós só podemos saber ao certo o que somos se investigarmos a nós mesmos e assim experienciarmos por nós mesmos o que este "eu" realmente é. Portanto, neste caminho, a dúvida tem um papel mais importante do que a fé: não temos de acreditar em nada que ainda não sabemos ao certo, mas temos de duvidar de tudo sobre que possa recair a mínima dúvida, incluindo, e sobretudo, o que nós mesmos na verdade somos.
A única coisa que nós já sabemos com certeza absoluta é "eu sou", porque se eu não existisse não poderia experienciar nada, enquanto que tudo o resto que eu experiencio - tudo que não seja "eu" - poderia ser uma ilusão, por isso pode e deve ser posto em dúvida. No entanto, apesar de que sabemos com certeza que 'eu sou', não sabemos com certeza 'o que eu sou': podemos não ser o que agora parecemos ser, portanto, podemos e devemos duvidar do que ou quem sou eu.
Na verdade, esta dúvida 'o que ou quem sou eu' deveria ser a nossa primeira e principal dúvida, e todas as outras dúvidas iriam empalidecer em importância diante dela. Como Sri Ramana costumava dizer, em vez de nos preocuparmos com quaisquer outras dúvidas, devemos primeiro duvidar de quem é o duvidador. Até e a menos que esta incerteza e dúvida primária seja resolvida, quem sou eu, nunca seremos capazes de encontrar uma solução clara e certa para qualquer uma das nossas outras incertezas ou dúvidas, porque enquanto a realidade do "eu" que experiencia estiver em dúvida (ou seja, enquanto tivermos razão para duvidar do que este "eu" é), não podemos ter a certeza da realidade de qualquer outra coisa que ele experiencie.
Portanto, mesmo se temos dúvidas de poder descobrir o que este "eu" é investigando-o, devemos, no entanto, ainda assim investigá-lo, porque se não tentamos pelo menos descobrir o que ele realmente é, nunca seremos capazes de ter a certeza sobre qualquer outra coisa que não seja o facto de que "eu sou", o que quer que "eu" seja. A nossa única esperança de encontrar mais alguma certeza além desta é investigar este "eu": quer dizer, tentar experienciar o que este "eu" na verdade é, concentrando a nossa atenção inteira sobre ele apenas.
Não adianta perguntarmos a ninguém, "a prática resulta?", porque o que quer que possam dizer-nos, nós ainda teremos razão para duvidar até descobrirmos por nós mesmos se ela realmente funciona ou não: isto é, se podemos ou não experienciar o que este "eu" é concentrando toda a nossa atenção sobre ele apenas. Se não podemos experienciar o que ele é por este meio, não seremos capazes de o experienciar por nenhum outro meio, porque não podemos experienciar o que qualquer coisa é a menos que na verdade lhe prestemos atenção.
Ou seja, não podemos experienciar o que o "eu" é prestando atenção a qualquer coisa que não seja "eu", de modo que a fim de experienciar o que isso é, não podemos prestar atenção a nada mais além disso. Actualmente, confundimos o "eu" com várias outras coisas que ele experiencia, tais como este corpo e mente, portanto, para o experienciar sem qualquer confusão precisamos de o experienciar em completo isolamento de tudo o mais, e portanto temos de focar a nossa atenção inteira sobre ele apenas, excluindo assim tudo o mais da nossa atenção ou consciência.
Espero que esta seja uma resposta adequada à primeira pergunta de Jas: "a prática resulta?" Se for, deve tornar todas as suas outras perguntas redundantes, porque a única maneira de saber com certeza se resulta ou não é fazer o teste por nós mesmos e perseverar em testá-la até conseguirmos experienciar o que este "eu" realmente é. Se formos capazes de experienciar isso, vamos saber com certeza que esta prática da auto-investigação resulta, mas se ainda não formos capazes de experienciar isso, será muito cedo para concluir que não resulta, porque se continuarmos a perseverar ainda podemos achar que ela resulta.
Embora as outras perguntas de Jas neste momento devam ser vistas como redundantes, para o caso de não serem vistas assim, consideremos cada uma com mais detalhe. Nos dois parágrafos seguintes, Jas pergunta sobre a experiência de outras pessoas, inclusive eu, por isso será útil para nós considerar a experiência de mais alguém? Suponhamos que alguém nos conta a sua experiência desta prática, e assegura-nos de que resulta ou de que não resulta: de que nos serve isso?
Por exemplo, se eu disser, 'eu experimentei o que eu realmente sou concentrando toda a minha atenção sobre mim', de que forma isso o ajudaria a si ou qualquer outra pessoa? E por que deveria acreditar em mim? eu poderia estar a enganá-lo para meu próprio auto-engrandecimento, ou poderia ter-me iludido a mim mesmo acreditando no que estou a afirmar. Até e a menos que você mesmo concentre toda a sua atenção no "eu" e assim experiencie o que "eu" realmente é, ainda vai continuar confuso e incerto sobre o que você é, e a experiência de ninguém poderá ajudar a resolver a sua confusão e incerteza.
Se alguém nos diz o que experienciou através desta prática, o que nos diz serão meras palavras, e essas palavras vão criar algumas ideias na nossa mente. Mas nem essas palavras nem as ideias que elas evocam na nossa mente são "eu". O que o "eu" é, na verdade, é inefável, estando além do poder de captar de quaisquer palavras ou ideias. Todos nós experienciamos "eu sou", mas apesar de estarmos mais familiarizados com a experiência "eu sou" do que estamos com qualquer outra experiência, poderemos descrever em palavras ou mesmo em pensamentos ou ideias o que esta experiência "eu sou" é na verdade? Não podemos, porque o que experienciamos como "eu" é, essencialmente, sem-características-distintivas.
Tudo o resto que experienciamos tem características de um tipo ou de outro, e é só por causa dessas características que podemos distinguir uma coisa de outra. Além disso, usamos palavras para descrever as coisas, porque o que estamos a descrever são as suas características. Mas quais são as características que o "eu" tem que poderíamos descrever? Quando confundimos o "eu" com outras coisas, tais como um corpo e mente, ele parece ter características, mas essas características são apenas as características de qualquer coisa que confundimos ser "eu". Se separarmos o "eu" de todas as outras coisas, ele não tem características próprias, por isso não pode ser descrito em palavras ou captado por qualquer pensamento ou ideia.
É por isso que no capítulo final da primeira parte de "O Caminho de Sri Ramana" "The Path of Sri Ramana" (edição de 2005, pág. 171-2) Sri Sadhu Om faz uma importante distinção entre viśeṣa-mana-anubhava e nirviśeṣa-ēkātma-anubhava ou nirviśeṣa-jñāna-anubhava: viśeṣa significa um atributo distintivo ou característica, então viśeṣa-mana-anubhava significa qualquer experiência mental, todas as quais têm características distintivas, enquanto nirviśeṣa-ēkātma-anubhava e nirviśeṣa-jñāna-anubhava significa uma experiência do nosso ser uno, que é o conhecimento verdadeiro, e que é desprovido de quaisquer características distintivas. Portanto, quando estamos a tentar experienciar o que ‘eu’ na verdade é, ao praticar a auto-investigação (ātma-vicāra), o que estamos a tentar experienciar não é algo com quaisquer características distintivas (viśeṣas) que poderia ser descrito em palavras ou apreendido pelo pensamento.
Portanto, quando estamos a tentar investigar o que este "eu" é, se temos alguma experiência sobre a qual podemos pensar ou falar - isto é, que podemos captar em pensamentos ou palavras - essa experiência é uma experiência de algo diferente de "eu", por isso devemos ir mais fundo na nossa investigação, tentando experienciar apenas o "Eu" que experienciou aquela outra coisa.
Além disso, quando experienciamos uma clareza elevada de auto-consciência ao praticar a auto-investigação, assim que começamos a pensar sobre essa experiência, perdê-mo-la, porque a clareza da auto-consciência (ou seja, uma experiência clara do "Eu") não é algo que qualquer pensamento ou ideia pode apreender ou captar. Na verdade, tal clareza pode ser experimentada somente quando voltamos a nossa atenção para longe de todos os pensamentos ou ideias, em direcção ao "Eu" que os experimenta. Por isso, pensamento e clareza de auto-conhecimento são incompatíveis entre si: na medida em que experienciamos um, não experienciamos o outro.
Assim, uma vez que não podemos apreender a nossa experiência do "Eu" em pensamentos ou palavras, se alguém nos contar a sua experiência em palavras, essas palavras não vão transmitir-nos o que é a experiência absolutamente clara do "Eu" apenas. É por isso que Sri Ramana disse muitas vezes que a verdade nunca pode ser transmitida em palavras, mas apenas em silêncio, porque o silêncio é a verdadeira natureza do "Eu". As palavras que ele usou para transmitir os seus ensinamentos são, portanto, apenas ponteiros, indicando-nos a direcção em que devemos olhar a fim de experienciar a verdade silenciosa e inefável do "Eu".
Se nos preocupamos com o que alguém diz ter experimentado, só nos vamos confundir, porque quaisquer palavras que possam usar para descrever a sua experiência (quer seja uma experiência do "Eu" apenas ou de qualquer outra coisa) não podem transmitir-nos o que verdadeiramente é a experiência absolutamente pura e clara do "Eu", por isso, se acreditamos que as suas palavras realmente descrevem essa experiência, vamos antecipar uma experiência que é diferente da experiência perfeitamente clara, mas sem-características-distintivas, do "Eu".
Ao praticar a auto-investigação (ātma-vicāra), não devemos tentar experienciar algo diferente de "Eu", e não devemos antecipar o que a experiência absolutamente pura do "Eu" vai ser, porque o que quer que antecipemos é uma ideia, e nenhuma ideia pode captar essa experiência, mas só a vai obscurecer. Portanto, em vez de antecipar qualquer experiência que podemos conceber ou imaginar, devemos estar atentos para tentar experienciar só o "Eu" e nada mais.
Jas está correcto ao dizer, "raramente faço ou consigo sentir progressos em direcção à realização", porque quando estamos a investigar o "eu", não estamos realmente a progredir para lugar algum, uma vez que o que estamos a tentar experienciar nunca é nada diferente daquilo que realmente somos agora, neste preciso momento. Como Sri Ramana disse muitas vezes, não há nada de novo para nós aprendermos ou para conhecermos: apenas temos que desaprender ou deixar de experimentar qualquer coisa que seja diferente de "Eu".
Ao tentar concentrar toda a nossa atenção apenas no "Eu", a pouco e pouco largamos o nosso apego a tudo que é diferente de "Eu". No entanto, quanto mais largamos tal apego, mais claramente nos tornamos conscientes de quão forte ele é, por isso, ao invés de sentir que estamos a progredir, muitas vezes parece-nos que a nossa condição é ainda pior do que era quando começámos.
Sri Sadhu Om costumava explicar isto com uma analogia: quando vemos uma lua crescente, não conseguimos ver lá nenhuma cratera, mas na meia lua podemos começar a ver fracamente as suas crateras. No entanto, só quando a lua fica grande vemos todas as suas crateras claramente, porque é então que brilha tão intensamente. Da mesma forma, quando a nossa mente é obscurecida por desejos e apegos densos e fortes, não vemos esses desejos e apegos como um problema, mas sim preocupamo-nos com o cumprimento dos nossos desejos e agarra-mo-nos a tudo a que estamos apegados. Mas quanto mais reduzidos e enfraquecidos são os nossos desejos e apegos, mais pura e clara a nossa mente assim se torna, por isso então estamos capazes de reconhecer como os nossos desejos e apegos são realmente um sério problema para todos nós. Assim, embora os nossos desejos e apegos sejam progressivamente reduzidos e enfraquecidos através da nossas prática da auto-atenção, a sua restante densidade e força torna-se cada vez mais clara para nós, de modo que à medida que nos aproximamos do nosso objectivo sentimos que estamos cada vez mais longe dele.
Sri Sadhu Om diz que vamos continuar a sentir isto cada vez com maior intensidade e angústia até ao momento final, quando a nossa mente e todos os seus desejos restantes e apegos forem eventualmente inteiramente consumidos pela perfeita clareza de auto-consciência pura. Quanto mais conseguirmos atender ao "Eu", mais vamos sentir que o nosso amor e esforço por lhe prestar atenção ainda são irremediavelmente inadequados.
Neste contexto, é muito importante lembrar que Sri Ramana costumava dizer que a perseverança é o único verdadeiro sinal de progresso. Por isso, nunca se deve desistir, mas sim continuar a tentar uma e outra vez para experienciar este "Eu" claramente em completo isolamento de tudo o resto, incluindo todos os pensamentos e sentimentos, ou qualquer outra coisa que tenha quaisquer características distintivas.
Para colocar isto nas próprias palavras de Jas, temos de continuar a olhar para o nosso próprio ser o tempo que for necessário até a nossa presente ilusão (a ilusão de que somos uma pessoa, uma coisa finita que consiste num corpo e mente, que experiencia e deseja tantas coisas que parecem ser diferentes do "Eu") perder o seu controlo por completo. Ou, como Sri Ramana disse no parágrafo onze de Nāṉ Yār? (Quem sou eu?):
மனத்தின்கண் எதுவரையில் விஷயவாசனைக ளிருக்கின்றனவோ, அதுவரையில் நானா ரென்னும் விசாரணையும் வேண்டும். நினைவுகள் தோன்றத் தோன்ற அப்போதைக்கப்போதே அவைகளையெல்லாம் உற்பத்திஸ்தானத்திலேயே விசாரணையால் நசிப்பிக்க வேண்டும். [...] ஒருவன் தான் சொரூபத்தை யடையும் வரையில் நிரந்தர சொரூப ஸ்மரணையைக் கைப்பற்றுவானாயின் அதுவொன்றே போதும். கோட்டைக்குள் எதிரிக ளுள்ளவரையில் அதிலிருந்து வெளியே வந்துகொண்டே யிருப்பார்கள். வர வர அவர்களையெல்லாம் வெட்டிக்கொண்டே யிருந்தால் கோட்டை கைவசப்படும்.
maṉattiṉgaṇ eduvaraiyil viṣaya-vāsaṉaigaḷ irukkiṉḏṟaṉavō, aduvaraiyil nāṉār eṉṉum vicāraṇaiyum vēṇḍum. niṉaivugaḷ tōṉḏṟa-t tōṉḏṟa appōdaikkappōdē avaigaḷai-y-ellām uṯpatti-sthāṉattilēyē vicāraṇaiyāl naśippikka vēṇḍum. […] oruvaṉ tāṉ sorūpattai y-aḍaiyum varaiyil nirantara sorūpa smaraṇaiyai-k kaippaṯṟuvāṉāyiṉ adu-v-oṉḏṟē pōdum. kōṭṭaikkuḷ edirigaḷ uḷḷa-varaiyil adilirundu veḷiyē vandu-koṇḍē y-iruppārgaḷ. vara vara avargaḷai-y-ellām veṭṭi-k-koṇḍē y-irundāl kōṭṭai kaivaśa-p-paḍum.
Enquanto as viṣaya-vāsanās [inclinações ou desejos de experimentar outras coisas diferentes de 'Eu'] existirem na mente, assim é necessária a investigação 'quem sou eu'. Como e quando surgem os pensamentos, aí e nesse momento é necessário aniquilar todos eles por vicāraṇā [investigação ou auto-atenção vigilante] no mesmo lugar de onde eles surgem. [...] Se a pessoa se agarrar de imediato a svarūpa-smaraṇa [auto-lembrança] até atingir svarūpa [o próprio ser essencial], isso apenas [será] suficiente. Enquanto os inimigos [viṣaya-vāsanās] estão dentro do forte [o coração ou o núcleo do ser], vão continuar a sair dele. Se continuar a abatê-los [com vicāra] como e quando surgem, o forte entrará [eventualmente] em [sua] posse.
E como ele disse no parágrafo anterior:
தொன்றுதொட்டு வருகின்ற விஷயவாசனைகள் அளவற்றனவாய்க் கடலலைகள் போற் றோன்றினும் அவையாவும் சொரூபத்யானம் கிளம்பக் கிளம்ப அழிந்துவிடும். அத்தனை வாசனைகளு மொடுங்கி, சொரூபமாத்திரமா யிருக்க முடியுமா வென்னும் சந்தேக நினைவுக்கு மிடங்கொடாமல், சொரூபத்யானத்தை விடாப்பிடியாய்ப் பிடிக்க வேண்டும். [...]
toṉḏṟutoṭṭu varugiṉḏṟa viṣaya-vāsaṉaigaḷ aḷavaṯṟaṉavāy-k kaḍal-alaigaḷ pōl tōṉḏṟiṉum avai-yāvum sorūpa-dhyāṉam kiḷamba-k kiḷamba aṙindu-viḍum. attaṉai vāsaṉaigaḷum oḍuṅgi, sorūpa-māttiramāy irukka muḍiyumā v-eṉṉum sandēha niṉaivukkum iḍam koḍāmal, sorūpa-dhyāṉattai viḍā-p-piḍiyāy-p piḍikka vēṇḍum. […]
Embora as viṣaya-vāsanās, que vêm desde tempos imemoriais, surjam [como pensamentos] em incontável número como as ondas do oceano, todas serão destruídas à medida que svarūpa-dhyāna (auto-atenção) vai aumentando e aumentando. Sem dar espaço sequer ao pensamento de dúvida 'É possível dissolver tantas vāsanās e ser apenas o ser?' É necessário agarrar com tenacidade a auto atenção. [...]
Portanto, devemos perseverar com tenacidade em 'observar o nosso próprio ser' (prestando atenção apenas ao "Eu") até sermos capazes de ver o nosso ser claramente: isto é, até experienciarmos o "Eu" como ele realmente é, não apenas como parece ser. Sri Ramana nos assegura que, se perseverarmos com tenacidade em 'observar o nosso próprio ser' o tempo suficiente, vamos experienciar o que este "Eu" realmente é, e assim a nossa ilusão de que o "Eu" é outra coisa diferente será destruída para sempre. Então vamos descobrir que só existe este "Eu", por isso 'observar o nosso próprio ser' (auto-atenção ou puro auto-conhecimento) será encarado como natural, sem esforço e inevitável.
Não temos que acreditar nesta certeza que ele nos transmitiu - embora acreditar nela, pelo menos provisoriamente, vai encorajar-nos a continuar a investigar este "Eu" - porque mesmo que duvidemos dela, ainda assim precisamos investigar o "Eu", porque até termos a certeza através da nossa própria experiência do que é este "Eu", não teremos possibilidade de ter a certeza de nada mais, porque é este "Eu" que experiencia todas as outras coisas, por isso, se o seu conhecimento de si é incerto, todo o seu conhecimento de de qualquer outra coisa será tão ou mais incerto.
Jas também pergunta: "Existem muitos exemplos de pessoas que realizaram o ser usando só esta prática?", e acrescenta: "Pelas minhas limitadas leituras sobre o assunto parece que na sua maioria os aspirantes que realizaram o ser através desta prática tiveram (às vezes) vasta experiência de outras práticas antes de enveredar pela auto-investigação". É verdade que muitos de nós terão tentado alguma outra forma de prática espiritual antes de aprenderem sobre esta prática simples e directa da auto-investigação (ātma-vicāra), e alguns aspirantes chegam a este caminho só depois de terem tido vasta experiência de outras práticas e terem assim descoberto que nenhuma dessas práticas pode propiciar a experiência da natureza real do "Eu" que as tenta praticar. No entanto, não é de todo necessário ter qualquer experiência de qualquer outra prática antes de enveredar por esta prática da auto-investigação, pois a fim de experienciar o que o "Eu" realmente é, não é necessário experienciar ou atender a qualquer outra coisa.
Todo o tipo de prática que não seja a auto-investigação implica dirigir a nossa atenção para algo diferente de "Eu", assim como pode tal prática ser um meio directo para experienciar o que o "Eu" realmente é? Portanto, seja qual for o outro tipo de prática que podemos tentar, mais cedo ou mais tarde devemos tentar investigar só o "Eu", a fim de o experienciar como ele realmente é. Se compreendemos isso, não temos nenhuma necessidade de imaginar que devemos primeiro tentar alguma outra prática antes de enveredar por esta prática simples de auto-investigação. Quando o nosso objectivo é apenas experienciar o que "Eu" realmente é, por que devemos desperdiçar o nosso tempo e esforço na tentativa de atender a qualquer coisa diferente de "Eu"?
No seu último parágrafo, Jas sugere que 'a orientação dos gurus é intencionalmente enganadora'. Não sei acerca da orientação de qualquer outro guru, mas parece-me que a orientação de Sri Ramana não é certamente intencionalmente enganadora, porque ele explicou os seus ensinamento básicos em termos de uma análise simples, clara e lógica da nossa experiência de nós mesmos e dos meios pelos quais podemos experienciar a nós mesmos como realmente somos.
Isto é, ele primeiro destaca o facto incontestável de que a única coisa que sabemos com certeza é que "eu sou", e que tudo o que não seja isto é incerto e deve, portanto, ser posto em dúvida. Contudo, apesar de sabermos que eu sou, ele lembra-nos de que o nosso conhecimento de o que eu sou é confuso e incerto, porque agora experienciamos um corpo e mente como "eu". Mas pode este corpo ou esta mente ser o que o "eu" realmente é? Se qualquer um deles é na verdade "eu", deveríamos experienciá-los sempre que experienciamos o "eu", porque se duas coisas são numericamente iguais - ou seja, se elas realmente não são duas coisas mas sim uma só - o que é verdade para uma deve ser verdade para a outra. Se podemos experienciar o "eu" sem experienciar tanto o corpo como a mente, nenhum deles poder ser "eu".
No estado de vigília experienciamos este corpo como "eu", enquanto que no estado de sonho experienciamos algum outro corpo (criado pela mente) como "eu". Dado que experienciamos "eu" no sonho sem experienciar este corpo do estado de vigília (que então supostamente está deitado numa cama a dormir), e dado que experienciamos "eu" neste estado de vigília sem experienciar o corpo que experienciámos no sonho, nenhum destes corpos pode ser "eu".
Além disso, embora o corpo que experienciámos como "eu" no sonho naquele momento parecesse real e parte de um mundo real, independente-da-mente, reconhecemos agora que tanto o corpo como o mundo do qual ele parecia ser uma parte são meras criações mentais. Nesse caso, como podemos ter a certeza de que o corpo que agora experienciamos como "eu" e o mundo do qual ele é uma parte não são também apenas criações mentais? Se os corpos que experienciamos como "eu", tanto na vigília como no sonho são apenas criações mentais, eles não podem certamente ser "eu".
Apesar de experienciarmos a mesma mente como "eu", tanto na vigília como no sonho, no estado de sono profundo não experienciamos esta mente, porém fazemos a experiencia do "eu". Porque o sono profundo é um estado sem características distintivas (nirviśeṣa), geralmente pensamos nele como um estado no qual não experienciamos nada - um estado chamado de "inconsciência" - mas na realidade experienciámos o sono, porque somos capazes de distinguir a natureza sem traços-distintivos da nossa experiência no sono profundo, da natureza multi-facetada da nossa experiência na vigília ou no sonho. Na nossa vida do dia-a-dia cada um de nós experiencia estes três estados alternados: vigília, sonho e sono, em dois dos quais experienciamos inúmeras características-distintivas, e num dos quais experienciamos uma completa ausência de qualquer característica.
Nos estados de vigília e de sonho, a mente está presente como o experienciador de todas essas características-distintivas (das quais ela própria é uma, embora não seja uma característica simples, mas sim complexa: uma característica multi-caracterizada), mas no estado de sono profundo esta mente e toda a sua actividade não se manifesta, tendo-se aquietado e desaparecido. Mas ainda que a mente então esteja ausente, ainda assim experienciamos "eu sou", e portanto quando acordamos somos capazes de lembrar: "eu estava a dormir". Quando dizemos, por exemplo, "eu dormi tranquilamente sem sonhos", estamos a descrever a nossa experiência real durante o sono, e para ter experienciado isso devemos ter existido e ter experienciado a nossa existência como "eu sou".
"Eu sou" é a única coisa que experienciamos em todos estes três estados transitórios, e uma vez que é isso que os experiencia e sem o qual eles não existiriam, é a base ou fundação para o aparecimento e desaparecimento de cada um deles. Portanto, uma vez que este "eu" perdura ao longo dos três estados, não pode ser qualquer coisa que experiencia em apenas um ou dois deles, como este corpo, que ele experiencia só no estado de vigília, ou esta mente, que ele experiencia só nos estados de vigília e de sonho.
Portanto, a nossa presente experiência do "eu" como se fosse um corpo e mente é uma ilusão, e como esta ilusão é a base de tudo o resto que nós experimentamos neste estado de vigília (e uma ilusão semelhante é a base de tudo o resto que nós experienciamos no estado de sonho), todas essas outras coisas também são ilusórias. Uma vez que a nossa presente experiência de "eu" é portanto confusa e ilusória, precisamos investigar este "eu" a fim de experienciar o que ele realmente é.
Por que não experienciamos agora "eu" como ele realmente é? Sri Ramana explica que é por causa do nosso fascínio em experimentar outras coisas além do "eu". Porque estamos tão apaixonados pela nossa experiência de outras coisas, e porque temos desejos tão fortes de experimentar algumas dessas outras coisas, e de evitar experimentar algumas outras, ao longo dos nossos estado de vigília e de sonho estamos constantemente a prestar atenção a outras coisas, e assim estamos a negligenciar o "eu", atendendo a ele apenas insuficientemente. Daí que não experienciamos "eu" como ele realmente é, mas em vez disso confundimo-lo com algumas das outras coisas nos estados de vigília e de sonho que experienciamos mais intimamente, ou seja, o nosso corpo e mente.
Uma vez que experienciamos outras coisas somente quando experienciamos um corpo e mente como "eu", ao prestar atenção e assim experienciar qualquer outra coisa estamos a perpetuar a ilusão de que "eu" é um corpo e mente. Portanto, a fim de furar através desta ilusão e a destruir, precisamos de prestar atenção apenas ao "eu" e assim tentar expericenciar o que é que este "eu" realmente é.
Portanto, uma vez que a teoria por trás da prática da auto-investigação (ātma-vicāra) ensinada por Sri Ramana é tão simples, clara e directa, e uma vez que é baseada numa análise lógica da nossa própria experiência de nós mesmos nos nossos três estados alternados de vigília, sonho e sono profundo, é difícil encontrar qualquer razão para supor que poderia ser 'intencionalmente enganadora', como Jas sugere.
Além disso, existe uma conexão clara e lógica entre esta prática de tentar experienciar "eu" de forma clara e em completo isolamento de tudo o mais, e o seu objectivo, que é experienciar claramente o que este "eu" realmente é. Ou seja, como esta prática pode resultar para atingir esse objectivo, e por que razão é o único meio para o alcançar, é claro, lógico e directo, e não nos obriga a acreditar em qualquer teoria que não se baseie numa análise clara e muito simples do que já experienciamos.
Em contraste, a maioria de outras práticas espirituais requer que acreditemos em alguma teoria (geralmente muito elaborada) que implica a crença em coisas que realmente não experienciámos e que portanto não são de modo algum uma verdade óbvia, e a menos que estejamos dispostos a acreditar cegamente em tal teoria, não há conexão lógica clara entre a prática e o objectivo que é suposto ela permitir-nos atingir. Portanto, posso compreender que Jas pode suspeitar de que a orientação dada por algum guru que ensine tal teoria e prática é 'intencionalmente enganadora', mas não vejo qualquer razão para suspeitar de que a orientação clara, lógica e directa dada por Sri Ramana relativa à teoria e prática da auto-investigação é enganadora.
Por exemplo, se algum guru nos dá a impressão de que, fazendo uma prática espiritual em particular, a nossa mente pode experimentar o que é real, esse guru está talvez a ser 'intencionalmente enganador', porque a mente nunca pode experienciar o que é real, uma vez que ela própria é irreal, e é o que obscurece a nossa experiência do "Eu" como ele realmente é. Quando a nossa mente tenta experienciar o que "Eu" realmente é, desse modo se dissolve e desaparece, porque é apenas um impostor que se apresenta como "Eu". Portanto, só o que o "Eu" realmente é pode experienciar o que o "Eu" realmente é.
No entanto, ao ensinar-nos a teoria na qual a prática da auto-investigação é baseada, Sri Ramana explica claramente que esta mente é irreal, e que portanto quando ela tenta experienciar quem ou o que sou "eu", ela se dissolve e desaparece na realidade que é na verdade "Eu". Por exemplo, no verso 17 de Upadēśa Undiyār ele diz:
மனத்தி னுருவை மறவா துசாவமனமென வொன்றிலை யுந்தீபற மார்க்கநே ரார்க்குமி துந்தீபற.
maṉatti ṉuruvai maṟavā dusāvamaṉameṉa voṉḏṟilai yundīpaṟa mārgganē rārkkumi dundīpaṟa.
பதச்சேதம்: மனத்தின் உருவை மறவாது உசாவ, மனம் என ஒன்று இலை. மார்க்கம் நேர் ஆர்க்கும் இது.
Padacchēdam (separação das palavras): maṉattiṉ uruvai maṟavādu usāva, maṉam eṉa oṉḏṟu ilai. mārggam nēr ārkkum idu.
Tradução: Quando [alguém] examina a forma da mente sem se esquecer,[será claro que] qualquer coisa como "mente" não existe.Para todos, este é o directo [recto, próprio, correcto ou verdadeiro] caminho.
A mente parece existir apenas enquanto experiencia algo diferente de "Eu", por isso, quando tenta experienciar só "Eu", será privada do suporte em que se baseia para aparentemente existir, e assim começará a dissolver-se e a desaparecer. Portanto, quando perseveramos na nossa prática da auto-investigação e assim experienciamos "Eu" como ele realmente é, nunca mais seremos capazes de experienciar "Eu" como algo diferente disso, e portanto esta mente, que agora parece existir, apresentando-se como "Eu", não será mais capaz de parecer existir.
Assim, uma vez que Sri Ramana coloca todas as suas cartas na mesa desde o início, ensinando-nos com clareza que esta mente não é "Eu" e portanto não é real, não temos nenhuma razão para supor que a orientação que nos dá é 'intencionalmente enganadora'. Nos seus ensinamentos, o que se vê é o que se recebe. Ou seja, uma vez que o seu único objectivo é guiar-nos para investigar a nós mesmos e assim experienciar o que realmente somos, não há nenhuma razão para ele guardar segredo sobre alguma coisa, e por isso ele ensina-nos da forma mais clara e directa que só "Eu" é real e que para experienciarmos o que este "Eu" realmente é devemos tentar prestar atenção a ele apenas.
Quanto à analogia de Jas de alguém 'nos dizer que se olharmos fixamente o tempo suficiente para uma porta ela se abrirá para revelar o céu do outro lado', quando na verdade 'tudo o que acontece é que quando você olha fixamente para a porta, você apaixona-se pela porta, até ao ponto em que já não a vê como o obstáculo para alcançar o céu', não acho que seja uma analogia particularmente adequada para a prática da auto-investigação, porque a porta neste caso é o ego (quer dizer, o que o "Eu" agora parece ser), e de acordo com Sri Ramana, se olhamos fixamente o suficiente para esta 'porta' (isto é, se prestamos atenção de forma aguda e vigilante ao "Eu" apenas), a porta vai se dissolver e desaparecer (uma vez que não é o que parece ser, e portanto não existe realmente, mas é apenas um fantasma sem substância), e nós vamos descobrir então que aquilo para que estávamos a olhar e a experienciar o tempo todo era o 'céu' (isto é, era o que este "Eu" realmente é).
Isto pode ser explicado de forma mais clara com a analogia de uma corda que é confundida como sendo uma cobra. Se olharmos atentamente para essa cobra, ela vai-se dissolver e desaparecer (já que não é o que parecer ser, e portanto não existe realmente como uma cobra), e nós vamos descobrir que o que estávamos a ver era apenas uma corda. Da mesma forma, se olharmos atentamente para o "Eu" que agora parece ser um ego (uma entidade finita que experiencia a si mesma como um corpo e mente), ele vai-se dissolver e desaparecer (já que não é o que parece ser, e portanto realmente não existe como tal), e vamos descobrir que o que estávamos a ver era só o que este "Eu" realmente é.
Jas conclui a partir da analogia da porta para o céu: 'Simplesmente olhar a porta é o céu. Portanto a porta nunca muda ou se abre, mas 'você' ou a sua perspectiva dela, sim'. Se considerarmos isto em termos da cobra e corda em vez da porta e céu, então é verdadeiro dizer que simplesmente olhar para a cobra é ver a corda, e que a cobra nunca muda mas a nossa perspectiva dela sim: isto é, deixamos de a ver como a cobra que parecia ser, porque a reconhecemos como a corda que ela realmente é. Da mesma forma simplesmente prestar atenção apenas ao ego (em completo isolamento de todas as outras coisas que ele confunde serem ele mesmo, nomeadamente o corpo e mente) é atender ao que este "Eu" realmente é, de modo que este "Eu" nunca muda mas a nossa perspectiva sobre ele muda: ou seja, deixamos de o ver como o ego finito que ele parecia ser, porque o reconhecemos como o infinito, indivisível e sem-outro "Eu" que ele realmente é.
Em relação à ideia de Jas de que 'se você olha fixamente para a porta, você apaixona-se pela porta' e igualmente de que 'se você passar o tempo suficiente consigo mesmo se apaixona [por si mesmo]', é verdade que nos "apaixonamos", mas não com o que parecemos ser (isto é, não pela porta, cobra ou ego) mas sim pelo que realmente somos. Ou seja, prestando atenção ao "Eu" mais e mais intensamente, o ego que ele parece ser começa a dissolver-se e a desaparecer, revelando assim o que "Eu" realmente é, e quanto mais claramente experienciamos "Eu" como realmente é mais o nosso amor por experienciar apenas isso vai aumentar.
Sri Ramana deu-nos os seus ensinamentos em termos muito simples, claros e inequívocos, de modo que não precisamos de os complicar por supor que ele manteve alguma coisa escondida de nós ou que intencionalmente nos enganou. O que ele ensinou é logicamente correcto e não implica qualquer necessidade nossa de acreditar em nada que não seja óbvio, como ele nos salientou, e nos proporcionou os meios para testar e verificar por nós mesmos o que ensinou.
Por isso, apenas estudando e reflectindo sobre os seus ensinamentos podemos entender por que e como a prática de ātma-vicāra ou auto-investigação resulta, e então seremos capazes de embarcar nesta prática com um razoável grau de confiança de que investigando o "Eu" - isto é, tentando concentrar toda a nossa atenção apenas sobre "Eu" - seremos capazes de experienciar o que este "Eu" realmente é.
ॐ
Tradução: Blog Texto Meditativo
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