domingo, 30 de junho de 2013

O Espírito Único: fonte de toda a Criação


de Nyako Nakar
YO SOY
Nyako Nakar




No princípio…” Com estas palavras têm início as cosmogonias tanto do Antigo como do Novo Testamento. “Princípio” refere-se ao surgimento da criação finita, pois no Absoluto Eterno – o Espírito – não há princípio nem fim.


No tempo em que o espectro de nenhuma nebulosa deslizava ainda no corpo do espaço, em que nenhum planeta bebé com olhos de fogo abria os seus olhos no berço do espaço, em que nenhum rio de estrelas corria através das extensões de espaço infinito, em que o oceano do espaço estava despovoado, inabitado por universos interiores, em que o sol e a lua e famílias planetárias não nadavam no espaço, em que a pequena bola da Terra com as suas casas de bonecas e diminutos seres não existia, em que nenhum objecto de nenhuma natureza tinha nascido – o Espírito existia.
Este Absoluto Não-Manifestado não pode ser descrito senão que Ele era o Conhecedor, o Conhecimento, e o Conhecido existindo como Um.
N’Ele o ser, Sua consciência cósmica e Sua omnipotência, tudo era sem diferenciação: Espírito sempre-existente, sempre-consciente, sempre de renovada alegria.


Nesta Sempre-Nova Bem-Aventurança, não havia nem espaço ou tempo, nem concepção dual ou lei de relatividade; tudo o que era, é, ou será existia como Único Espírito Não-Diferenciado. Espaço e tempo e relatividade são categorias dos objectos; assim que um ser humano vê um planeta pendurado no céu, concebe que ele está a ocupar espaço dimensional e existindo no tempo, em relação ao seu lugar no universo. Mas quando não havia objectos finitos da criação, também não havia as dimensões de ser que os definem, apenas o Espírito Bem-Aventurado.


Quando, de onde e porquê veio a criação à existência? Quem terá a ousadia de ler a Mente do Infinito procurando causas no Não-Causado, inícios no Sempre-Existente, razões insignificantes na Omnisciência? Mortais audaciosos prosseguem as suas pesquisas, enquanto sábios entram nessa Mente e voltam para afirmar com simplicidade sem adornos que o Um recreou um desejo sem desejo de desfrutar da Sua Bem-Aventurança através de muitos, e assim nasceu o cosmos e os seus seres. O Espírito Não-Manifestado sentiu “Eu estou só. Eu sou Bem-Aventurança consciente, mas não há ninguém para provar a doçura do Meu Néctar de Alegria”. Logo que Ele assim sonhou, Ele tornou-se muitos.


Em fantasia poética, escrevi uma narração deste devaneio cósmico:

“O Espírito era invisível, existindo sozinho na casa da Infinitude. Ele tocava para Si próprio a sempre-nova, sempre-envolvente canção de perfeita e beatífica Bem-Aventurança. Ao cantar para Si próprio através da Sua voz de Eternidade, Ele Se perguntou se alguma coisa além d’Ele mesmo estava ouvindo e apreciando a Sua canção. Para Seu espanto intencionalmente imposto, Ele sentiu a Sua solidão: Ele era a Canção Cósmica, Ele era o Canto, e Ele era o Solitário Desfrutador. Logo que Ele assim pensou, eis, Ele tornou-se dois: Espírito e Natureza, Homem e Mulher, Positivo e Negativo, Estame e Pistilo das flores, Pavão e Pavoa, Gema Masculina e Gema Feminina.”


O Espírito, sendo a única Substância existente, não tinha nada além de Si mesmo com o qual criar. O Espírito e a Sua criação universal não podiam ser essencialmente diferentes, pois mediante duas Forças Infinitas sempre-existentes, cada uma seria consequentemente absoluta, o que é por definição uma impossibilidade. Uma criação ordenada requer a dualidade de Criador e criado. Assim, o Espírito primeiro deu origem a uma Ilusão Mágica, Maya, o Medidor Mágico cósmico, que produz a ilusão de divisão de uma porção do Infinito Indivisível em objectos finitos separados, do mesmo modo que um oceano calmo se torna distorcido em ondas individuais à sua superfície pela acção de uma tempestade. Toda a criação não é senão Espírito, aparentemente e temporariamente diversificado através da actividade vibratória criativa do Espírito.





The Second Coming of Christ
 
Tradução: Blog Texto Meditativo 

A Segunda Vinda de Cristo, Volume I (Discurso 1 - Pág.8)
(A Ressurreição do Cristo Interno)
Um revelador comentário sobre os ensinamentos originais de Jesus

 Editora: Yogoda Satsanga Society of India/Self-Realization Fellowship


Sri Sri Paramahansa Yogananda



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