segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Sri Bhagavan em "Devikalottara"








    Não há necessidade de realização de puja [adoração de deidades], namaskar [homenagem, como prostrações], japa [recitação], dhyana [contemplação] e assim por diante. Ouça de Mim que a Mais Alta Verdade, aclamada nos Vedas [1], pode ser conhecida apenas através de Jnana [2]; portanto, não há absolutamente nenhuma necessidade de conhecer alguma coisa fora do próprio SER.


    Para aqueles cujas mentes estão constantemente a expandir-se, apegando-se a objetos externos, sempre surgirão fatores que causam o aumento da “escravidão”. Se a mente errante e exteriorizada for voltada para dentro para permanecer no seu “Estado Natural”, saiba que não passará por qualquer sofrimento no Mundo.


    Boas ações e boa conduta foram prescritas somente para guiar o buscador para o “Caminho de aquisição da Sabedoria”. Portanto, abandonando até mesmo o ’salamba yoga’ no qual um objeto [como um mantra ou uma forma de Deus] é utilizado para meditação na ‘mente’, permaneça firme no seu 'Estado Real’ [Sahaja Swarupa], onde o mundo exterior não é percecionado.


    A “mente”, que anseia pelas coisas do mundo, é mais irrequieta que um macaco. Se uma pessoa a controlar, impedindo-a de vagar pelas coisas externas, e a mantiver no ‘vazio da não-matéria’, a pessoa alcançará a Libertação, diretamente.


    Desperte essa 'mente’ esforçando-se, e sem permitir que ela vagueie, estabeleça-a no estado de 'SER’. Persevere neste esforço fixando a “mente” repetidas vezes no seu “estado natural”.


    Quando uma pessoa adota a prática [sadhana] por meio da qual a 'mente’, que é irrequieta como o 'vento’, se torna 'quieta’ perpetuamente, então, o propósito de nascer como um ser humano é cumprido. Essa é também a marca da “verdadeira sabedoria”.


    O estado no qual a mente é destituída de qualquer ‘suporte’ ao qual se apegar, sempre impecável e puro, e destituído de apegos ao Mundo, é a 'Natureza da Libertação’ obtida através da 'Sabedoria’. Mantenha isto firmemente em “mente”.


    Afastando completamente todos os apegos e fixando firmemente essa 'mente’ no 'CORAÇÃO’, persista na sua prática SEMPRE a fim de fortalecer a 'CONSCIÊNCIA’, que então brilha com grande esplendor e clareza.


    Saiba que quem meditar nesse 'Supremo Vazio’ e nele se estabelecer em virtude de prática constante, atingirá definitivamente o 'Grande Estado’, que está para além do nascimento e da morte.
  

– SRI BHAGAVAN, em “DEVIKALOTTARA”, V. 17-18-25-27-33-37-40-41-42


[1] Vedas: As quatro obras, compostas no idioma chamado Sânscrito védico. Os Vedas formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia.
    
[2] Jnana: O Ser (‘Eu sou’), que é claro e abundante conhecimento. O poder de conhecer 

      

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