Não há necessidade de
realização de puja [adoração de deidades], namaskar [homenagem, como
prostrações], japa [recitação], dhyana [contemplação] e assim por diante. Ouça
de Mim que a Mais Alta Verdade, aclamada nos Vedas [1], pode ser conhecida apenas
através de Jnana [2]; portanto, não há absolutamente nenhuma necessidade de
conhecer alguma coisa fora do próprio SER.
Para aqueles cujas
mentes estão constantemente a expandir-se, apegando-se a objetos externos,
sempre surgirão fatores que causam o aumento da “escravidão”. Se a mente
errante e exteriorizada for voltada para dentro para permanecer no seu “Estado
Natural”, saiba que não passará por qualquer sofrimento no Mundo.
Boas ações e boa
conduta foram prescritas somente para guiar o buscador para o “Caminho de
aquisição da Sabedoria”. Portanto, abandonando até mesmo o ’salamba yoga’ no
qual um objeto [como um mantra ou uma forma de Deus] é utilizado para meditação
na ‘mente’, permaneça firme no seu 'Estado Real’ [Sahaja Swarupa], onde o mundo
exterior não é percecionado.
A “mente”, que anseia
pelas coisas do mundo, é mais irrequieta que um macaco. Se uma pessoa a controlar,
impedindo-a de vagar pelas coisas externas, e a mantiver no ‘vazio da
não-matéria’, a pessoa alcançará a Libertação, diretamente.
Desperte essa 'mente’
esforçando-se, e sem permitir que ela vagueie, estabeleça-a no estado de 'SER’.
Persevere neste esforço fixando a “mente” repetidas vezes no seu “estado
natural”.
Quando uma pessoa
adota a prática [sadhana] por meio da qual a 'mente’, que é irrequieta como o
'vento’, se torna 'quieta’ perpetuamente, então, o propósito de nascer como um
ser humano é cumprido. Essa é também a marca da “verdadeira sabedoria”.
O estado no qual a
mente é destituída de qualquer ‘suporte’ ao qual se apegar, sempre impecável e
puro, e destituído de apegos ao Mundo, é a 'Natureza da Libertação’ obtida
através da 'Sabedoria’. Mantenha isto firmemente em “mente”.
Afastando
completamente todos os apegos e fixando firmemente essa 'mente’ no 'CORAÇÃO’,
persista na sua prática SEMPRE a fim de fortalecer a 'CONSCIÊNCIA’, que então
brilha com grande esplendor e clareza.
Saiba que quem meditar
nesse 'Supremo Vazio’ e nele se estabelecer em virtude de prática constante,
atingirá definitivamente o 'Grande Estado’, que está para além do nascimento e
da morte.
– SRI BHAGAVAN, em “DEVIKALOTTARA”, V. 17-18-25-27-33-37-40-41-42
ॐ
[1] Vedas: As quatro obras, compostas no idioma chamado Sânscrito védico. Os Vedas formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia.
[2] Jnana: O Ser (‘Eu sou’), que é claro e abundante conhecimento. O poder de conhecer
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