terça-feira, 27 de agosto de 2013

Momentos de Silêncio com Sri Ramana - O Jnani e o mundo


 

      
Para o jnani é irrelevante

se o mundo aparece ou não.


Quer ele apareça ou não, a sua atenção está sempre no Eu superior.

Repare nas letras e no papel em que elas estão impressas.

Você está completamente absorvido nas letras

e não lhe sobra qualquer atenção para o papel.



Mas o jnani pensa apenas no papel como o verdadeiro substrato,

quer as letras apareçam ou não.




jnani: sábio - conhecedor de Brahman

Fonte: Heart is Thy Name, Oh Lord (Coração é o Teu Nome, Ó Senhor)
          Momentos de Silêncio com
            Sri Ramana Maharshi




Inscrição na parede da entrada do Patala Linga
Templo Arunachaleswara, em Tiruvannamalai


 BHAGAVAN SRI RAMANA e TIRUVANNAMALAI


Bhagavan Sri Ramana nasceu em 30 de Dezembro de 1879 em Tiruchuli, perto de Madurai. Desde a infância "Arunachala" exercia nele um pulsar místico. Quando estudava em Madurai veio a saber através de um parente que Arunachala era outro nome para Tiruvannamalai. Aos dezasseis anos, em 1896, um medo súbito da morte apossou-se dele. Em vez de entrar em pânico, perguntou calmamente: "Chegou a morte. O que é isso que está a morrer?" Uma súbita compreensão despontou nele de que a morte pertence apenas ao corpo e ele era o SER que transcende o corpo. Ele era o Puro Ser e a morte não o podia tocar. Ele tornara-se um sábio Auto-realizado. Pouco tempo depois, Sri Ramana deixou o lar e em 1 de Setembro de 1896 chegou a Arunachala, o magneto que atrai os iluminados e os buscadores do Verdadeiro Conhecimento. Após darshan (bênção) de Arunachaleswara, ele sentou-se absorvido na bem-aventurança do Ser, em vários locais neste templo. Na cave do Patala Linga, insetos e roedores morderam e rasgaram a sua carne e atormentaram o seu corpo. Sri Seshadri Swami desempenhou um papel providencial de protetor, ao trazê-lo para fora do Patala Linga. Sri Ramana depois ficou em vários lugares, nomeadamente Gurumurtham, Templo Arunagirinatha e nas encostas orientais do Monte Arunachala em Pavalakkunru, gruta Virupaksha e Skandasramam. Após conceder mukti (libertação) a sua mãe Alagammal em 1922, Sri Ramana estabeleceu-se no sopé do Monte ao lado do seu túmulo à volta do qual cresceu o presente Sri Ramanasramam. Sri Ramana Maharshi deixou o corpo em 14 de Abril de 1950.
Contudo, a sua presença no Ashram é tão poderosa como antes e atrai milhares de buscadores de todos os cantos do globo. Eles vêm a Arunachala e compartilham da sua Graça magnânima.
- Rambo arts.



Templo Arunachaleswara
No Monte sagrado Arunachala - Nascer do Sol às 6h30


Templo Arunachaleswara








Entrada para o Patala Lingam - Templo dos Mil Pilares


Pormenor interior do Patala Linga - Shiva e Parvati




Entrada para a Gruta Virupaksha


Gruta Virupaksha
Sri Ramana Maharshi esteve aqui de 1899 a 1916


Samadhi Hall - Sri Ramanashramam


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nas Horas de Meditação






Um excerto do livro: In the Hours of Meditation' (Nas Horas de Meditação)
de F J Alexander


Há horas em que se esquece o mundo.
Há horas em que me aproximo daquela região de bem-aventurança
em que a alma contém apenas a Si mesma na presença do Ser Maior.
É silenciado todo o clamor de desejo; todo o som de sensação é serenado.
Só Deus É.

Não há santuário mais sagrado que uma mente purificada, uma mente concentrada em Deus.
Não há lugar mais sagrado que a região de paz em que a mente entra
quando se torna fixa no Senhor.
Lá não há mais santo e doce-perfumado incenso, a não ser a ascensão do pensamento até Deus.
Pureza, felicidade, bem-aventurança, paz!
Pureza, felicidade, bem-aventurança, paz! Tecem a atmosfera da meditação.

A consciência espiritual desponta nessas horas silenciosas, sagradas.
A alma encontra-se perto da sua fonte.
O regato da personalidade expande-se nestas horas, e torna-se um rio poderoso e veloz,
correndo para a verdadeira e permanente individualidade
que é a Consciência Oceânica de Deus.
E esta é a primeira e única.

Nas horas de meditação a alma extrai do Alto as verdadeiras qualificações
que são em sua própria natureza de destemor,
o senso de realidade, o sentido de imortalidade.
Mergulha no teu Ser, Ó alma!
Busca a hora silenciosa com verdade.
Conhece o teu Ser que é da mesma substância da verdade, a substância da divindade.
Bem no coração da causa primeva Deus habita.





Um excerto do livro: In the Hours of Meditation' (Nas horas de Meditação)
de F J Alexander

Tradução: Blog Texto Meditativo


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Pode um ovo partido ser chocado?

Uma pequena pérola de livro: 'At the Feet of Bhagavan' (Aos pés de Bhagavan)

de Sri T K Sundaresa Iyer


Foi às primeiras horas da manhã no Salão de Sri Bhagavan.
Ele tomou o Seu banho, e de seguida foi para a
extremidade mais distante do Salão para tirar a toalha que pendia de
um bambu suspenso horizontalmente, e numa extremidade do qual
um passarinho tinha construído o seu ninho e nele colocado

três ou quatro ovos.

Ao retirar a Sua toalha, a mão de Sri Bhagavan
veio contra o ninho, que balançou violentamente, de modo que

um dos ovos caiu ao chão. Desta forma o ovo partiu-se;
Sri Bhagavan ficou perplexo, consternado.
Ele exclamou para Madhavan, o assistente pessoal:

"Olha, olha o que eu fiz hoje!"
Assim dizendo, segurou o ovo partido na Sua mão,
olhou para ele com os Seus ternos olhos, e exclamou:
"Oh, a pobre mãe vai ficar tão triste, e talvez zangada comigo também,
por ter causado a destruição do seu pequenino esperado!
A casca do ovo poderá ser unida outra vez? Vamos tentar!


Assim dizendo, pegou num pedaço de pano, molhou-o, envolveu com ele
o ovo partido, e voltou a colocá-lo no ninho.
A cada três horas, Ele retirava o ovo partido, retirava o pano,
colocava o ovo na palma rosada da Sua mão,
e olhava para ele com Seus olhos ternos por minutos seguidos.
O que estava Ele realmente fazendo nesses momentos?
Como é que podemos dizer? Ele estava enviando,
com aqueles olhares maravilhosos de Graça delicada,
feixes vivificantes para o ovo partido,
transmitindo cada vez mais novo calor e vida para ele?
Isso é um mistério que ninguém pode resolver.
E Ele ia repetindo: "Que o partido seja curado!
Não poderá ser chocado mesmo assim? Deixe o pequenino vir
deste ovo partido!"

Esta preocupação ansiosa e ternura de Sri Maharshi
continuou dia após dia por aproximadamente uma semana.
Assim, o ovo afortunado estava no ninho com a sua ligadura de pano molhado,
apenas para ser acariciado por Sri Maharshi com toque divino e olhar benigno.
No sétimo dia, Ele pega no ovo e com o espanto de um estudante anuncia:
"Olha que maravilha! A fenda fechou,
assim a mãe já vai ficar feliz e vai chocar o seu ovo!
Meu Deus libertou-me do pecado de causar a perda de uma vida.
Vamos esperar pacientemente pela saída do abençoado pequenino!"

Mais alguns dias se passam, e finalmente uma bela manhã
Bhagavan encontra o ovo aberto e o pequeno pássaro cá fora.
Com o rosto exultante de alegria, radiante com a luz de sempre,
Ele leva o passarinho na Sua mão, acariciando-o com os lábios,
afagando-o com Sua mão macia,
e passa-o para todos os espectadores para que o possam admirar.
Ele recebe-o por fim de volta em Suas próprias mãos, e está tão feliz,
por um pequeno gérmen de vida ter sido capaz de se desenvolver
apesar do infeliz acidente sofrido em embrião.

Ah, quanta preocupação com a mais pequena criação!
Não é o coração do Buda real, que derramou as primeiras lágrimas de ansiedade
quando o ovo se partiu, e depois lágrimas de alegria
com o nascimento do bebé recém-nascido?
Poderia o leite da bondade ser visto ou concebido mais doce do que isto?
 



Uma vez escrevi dois versos em Tamil,
um em louvor do Senhor sem atributos, o outro do Senhor com inúmeras formas.
Neste último eu escrevi:
"De quem está fluindo a graça sobre o senciente e o insenciente".
Bhagavan pediu-me para mudar uma letra e isso alterou o significado para:

"quem dirige a sua graça para o senciente e o insenciente."
A ideia era que a graça não era uma mera influência,
mas podia ser direcionada com um propósito,
para onde era mais necessária.
Bhagavan deu-nos uma demonstração tangível da
omnipotência, omnisciência e omnipresença de Deus.

O nosso sentido de 'eu' era queimado na admiração e adoração
ao ver o seu amor incondicional por todos os seres vivos.
Embora exteriormente nós parecêssemos manter-nos sempre a mesma pessoa,
interiormente ele estava trabalhando em nós
e destruindo as raízes profundas da separatividade e auto-interesse.
Chega sempre um dia em que
a árvore do "eu", cortada das suas raízes, cai de repente e
não é mais; esta é a Graça do Guru!





Fonte:

O Forum dedicado a Arunachala e Bhagavan Sri Ramana Maharshi ;
Postagem de Ravi.N em Abril.2012

Tradução: Blog Texto Meditativo



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Aqueles que crêem no Seu nome



Arte de Niako Nakar
Unión com el Yo Superior
Arte de Niako Nakar


"Crer no seu nome": comunhão com a sagrada Vibração Cósmica


O significado mais profundo de "nome" refere-se Vibração Cósmica (o Verbo, Om, Amém). Deus como Espírito não possui um nome limitante. Se alguém se refere ao Absoluto como Deus ou Jeová ou Brahman ou Alá, isso não O expressa. Deus, o Criador e Pai de todos, vibra através da natureza como a vida eterna, e essa vida tem o som do grande Amém ou Om. Esse nome define Deus com mais precisão. "Aqueles que crêem no seu nome" significa aqueles que comungam com esse som Om, a voz de Deus na vibração do Espírito Santo. Quando alguém ouve esse nome de Deus, essa Vibração Cósmica, está a caminho de se tornar um filho de Deus, porque nesse som a sua consciência entra em contacto com a Consciência Crística imanente que o levará a Deus como Consciência Cósmica.


O sábio Patanjali (*), o maior expoente do yoga na Índia, descreve Deus o Criador como Ishvara, O Senhor ou Governante Cósmico. O seu símbolo é o Pranava (o Verbo ou Som Sagrado, Om). Através da recitação repetida e devocional de Om, e da meditação sobre o seu significado, os obstáculos desaparecem e a consciência interioriza-se (afastando-se da identificação sensorial externa)" (Yoga Sutras 1:27-29).


A condição comum dos seres humanos é que a sua consciência está escondida e limitada pelo corpo. O corpo do homem, sendo uma expressão vibratória delimitada, existindo na Vibração Cósmica, mas dela separada, de forma similar circunscreve a consciência. O Yoga ensina que o aspirante espiritual deve percorrer de novo os vários estádios de vibrações mais altas, a fim de solevar a consciência das vibrações aprisionantes da respiração, coração e circulação, para o som mais subtil da vibração que emana dos átomos do corpo e da força da vida. Através de uma técnica de meditação no Om, conhecida dos estudantes das Lições da Self-Realization Fellowship [Yogoda Satsanga], o devoto toma conhecimento de que a sua consciência é limitada pelas constrições da carne,  evidenciadas pelos sons da respiração, coração, e circulação. Então, pelo aprofundamento da sua meditação, ele pode ouvir a voz do grande Om ou Amém, o som cósmico que emana de todos os átomos e centelhas de energia cósmica. Escutando este som omnipresente, e mergulhando na sua corrente sagrada, a consciência da alma enclausurada no corpo começa gradualmente a desprender-se das limitações do corpo, em direção à omnipresença. As faculdades mentais renunciam aos seus limites e, com a omnisciente faculdade da alma, a intuição, entram em sintonia com a Mente Cósmica, a Inteligência imanente na Vibração Cósmica que tudo permeia.


Depois de ouvir e sentir a unidade com o som cósmico do Espírito Santo que emana de todas as partes e partículas da criação de Deus, esferas de ser de concepção celestial e ideacional, a consciência do devoto em meditação vibrará em toda a criação como seu próprio corpo cósmico. Quando a sua consciência expandida se torna estável em toda a criação vibratória, ele percebe a presença da Consciência Crística imanente. Então o devoto torna-se como Cristo; a sua consciência experiencia, nos caminhos do seu Ser expandido, a "segunda vinda de Cristo" - a presença dentro dele da Consciência Crística, assim como Jesus sentiu o Cristo Universal expresso no seu corpo e ensinou os seus discípulos a alcançar o mesmo.


Quando o devoto sente a sua consciência una com o Cristo Universal, ele percebe que a Consciência Crística é o reflexo, na sua alma e em toda a criação, da Consciência Cósmica de Deus-Pai.


A Consciência Cósmica  (Deus-Pai) existindo transcendentalmente, além de toda a criação vibratória (Espírito Santo), e a Consciência Crística (Inteligência Universal, Kutastha Chaitanya) existindo em toda a manifestação vibratória, são percebidas como uma só e a mesma.


O devoto rejubila na alegria suprema, como Jesus proclamou,
"Eu (Consciência Crística na criação)
e o meu Pai (Consciência Cósmica para além da criação)
somos um."




(*) Desconhece-se em que época viveu Patanjali, embora muitos estudiosos o situem no século II a.C. O seu renomado livro Yoga Sutras apresenta, numa série de breves aforismos, a essência condensada da ciência extraordinariamente vasta e intrincada da união divina - descrevendo o método para unir a alma ao Espírito indiferenciado de forma tão bela, clara e concisa, que gerações de estudiosos têm reconhecido os Yoga Sutras como a principal obra da Antiguidade a respeito do yoga.











The Second Coming of Christ

Tradução: Blog Texto Meditativo

A Segunda Vinda de Cristo, Volume I (Extracto: Discurso 1 - Pág. 24) 
(A Ressurreição do Cristo Interno)
Um revelador comentário sobre os ensinamentos originais de Jesus

Editora: Yogoda Satsanga Society of India/Self-Realization Fellowship

Sri Sri Paramahansa Yogananda