sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O Significado de Arunachala




Fotografia de Bernd KalidasFlory

 🙏 Arunachala Shiva 🙏

O SIGNIFICADO DE ARUNACHALA
    NO Suta Samhita, diz-se: Linga é a própria forma de Shiva, daí o termo Shivalinga. Mais tarde, se descobrirá que o Ser Supremo Se revelou como este Linga de Fogo.

GRANDEZA DO SHIVALINGA NO SUTA SAMHITA
     Linga é verdadeiramente Shiva. Tudo é revelado por Shiva, que é a própria essência da Consciência e do Conhecimento. Nada pode revelá-Lo. Assim, Linga é a única Realidade Auto-resplandecente. Em resumo, Shiva é Consciência Não Manifestada, enquanto Shivalinga é Consciência Manifestada. De novo se diz que aquilo em que tudo se funde é o Linga. Tudo se solve em Brahman, mas o Supremo Brahman, sendo a única Realidade Eterna, não pode fundir-se em outra. Tudo, exceto Shiva, se funde em Shiva. Portanto, Linga é o próprio Shiva Imortal. Todo o universo é denominado Linga, à medida que o primeiro é solvido e absorvido no, e manifestado a partir do, segundo. Mas o Linga é livre de qualquer emblema ou marca característica.

    Este Linga é sem-atributos, além da escuridão. É a fonte da sílaba sagrada Pranava (OM). Não é uma entidade nem uma não-entidade; nem o que permeia nem o que é permeado, nem o conhecimento, nem o conhecedor, nem o conhecido; nem a manifestação, nem o manifestado nem o não-manifestado; nem real nem irreal, ou mistura dos dois. É apenas o Auto-Realizado. Ele ilumina tudo por sua luz; nem decadente nem não-decadente; nem em movimento nem inerte; nem a prova nem o comprovado; nem o ar vital nem a mente; nem o vidente nem o visto; nem a imagem nem seu reflexo; nem visível nem invisível; está além da fala e do pensamento; não é o olho, o ouvido, o nariz, a terra, o éter, os ares vitais ou qualquer objeto dos sentidos — realizar o Ser, inquirindo desta maneira, é a verdadeira adoração.

    Este Linga, embora não seja o éter nem diferente dele, ainda assim o revela; embora não seja luz, revela-a; embora não seja ar, ainda assim faz com que se mova; embora não seja água, ainda assim lhe dá a sua natureza.

    Este Linga pode ser visto num lugar brilhante na casa dos nove portões — nunca lá instalado por ninguém mas tendo rostos, mãos, pés, cabeças e assentos em todas as direções. Está além da escuridão; nada pode ser visto lá. É revelado como o Ser Inqualificável pelo Vedanta. Dele emerge a terra magnífica, e é solvida nele. As três qualidades, a saber, brilho, atividade e escuridão (sattva, rajas e tamas) das quais o universo é feito, se manifestam a partir dele.

    O seu tamanho não pode ser estimado, pois não possui magnitude. Permanece ininterrupto e unitário. Todas as esferas do vasto universo estão localizadas nele. Não tem templo, mas contém tudo em si mesmo. É o núcleo mais íntimo de todos os seres. Não é nem Isvara nem o jiva, mas o Ser Consciente Intimo, Bem-aventurança, Realidade Não-dual, não aparentada com Brahma, Vishnu, Rudra, Indra, etc. Ele só pode ser realizado pelo Ser. É o Ser, conhecido por nós e habita no nosso íntimo. Esta é a Felicidade Suprema; não existe nada à parte disso. É sempre adorado por todos. É livre dos três estados de vigília, sonho e sono profundo. É drik - puro, além do conhecimento. Nem os ignorantes, nem os indivíduos omniscientes ou deuses no poder do ego ou maya, podem ver este Linga. Como isso não pode ser compreendido por todos, por Sua infinita misericórdia espontânea, Shiva se manifesta aqui como Arunachala, que todos podem ver e adorar.

—  Excerto de A Glória De Arunachala, "The Glory Of Arunachala" - Tradução para inglês da versão em Tamil de “Arunachala Mahatmyam” (original em Sânscrito), por M. C. Subramaniam)




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Tradução de Blog "Texto Meditativo" 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Vivarta Siddhanta - A Doutrina da Aparição Ilusória



The intense longing for Truth of many matured aspirants on Earth naturally brings forth the Supreme in the form of a Sadguru such as Sri Ramana.
ॐ
He who, while continuing to live a life in the body and world, has known the body and the world to be...

O intenso anseio pela Verdade de muitos aspirantes amadurecidos na Terra naturalmente traz o Supremo na forma de um Sadguru como Sri Ramana. 



In: Guru Vachaka Kovai - Grinalda das Palavras do Guru, de Sri Muruganar
Parte Um - Uma Análise da Verdade

Vivarta Siddhanta

(A Doutrina da Aparição Ilusória) 


Através do que ele amorosamente disse como 'nam ulaham' [nam ulaham kandalal, “porque vemos o mundo”, as primeiras palavras do primeiro versículo de Ulladu Narpadu], Ramana Acharya, que ensina o que é mais benéfico para os seres viventes, revelou que apenas a protetora vivarta siddhanta — a doutrina da aparição ilusória  é verdadeira, deixando de lado todas as outras doutrinas.  Versículo 83

Sadhu Om: 
“Porque vemos o mundo” são as primeiras palavras do versículo um de Ulladu Narpadu [1], o poema de quarenta versículos de Bhagavan sobre a natureza da realidade.
Embora a Sua experiência da Verdade só possa ser adequadamente expressa pela Doutrina de Ajata, Bhagavan Sri Ramana usa apenas a “Doutrina de Vivartha nos Seus Ensinamentos.
Assumindo uma causa e seu efeito, as religiões geralmente ensinam que Deus criou almas individuais e o mundo; algumas ensinam a “Doutrina de Dwaita [dualidade], que postula que todos esses três [Deus, almas e o mundo] permanecerão eternamente separados; outros ensinam a “Doutrina de Vishishtadwaita [Não-dualidade qualificada], que postula que embora a dualidade agora predomine, as almas e o mundo irão em algum momento fundir-se em união com Deus; e outros ensinam a “Doutrina de Advaita [Não-dualidade], que postula que, mesmo agora, embora pareçam estar separados, estes três são na verdade meras aparições e não são nada menos que a única Realidade; e muitas outras doutrinas também são ensinadas por várias religiões.
Os aspirantes podem ser classificados em quatro níveis de maturidade, atrasado [manda], médio [madhyama], maduro [teevra] e completamente maduro [Ati teevra]; aqueles dos dois primeiros graus aceitarão prontamente a “Doutrina de Dwaita” ou “Vishishtadwaita”.
A “Doutrina de Vivartha” é recomendada para explicar o ponto de vista do Advaita, isto é, para explicar como a aparição-do-mundo, o seu vidente, e o conhecimento do vidente sobre a aparição, vêm à existência simultaneamente, não condicionados por causa e efeito. No entanto, uma vez que isso aceita a aparição do mundo, almas e Deus, é apenas uma hipótese de trabalho para ajudar os aspirantes. A “Doutrina de Ajata, por outro lado, nunca aceita nem mesmo a aparição dessa trindade, mas proclama que a Realidade Una Auto-refulgente existe eternamente e sem modificação; Ajata é, portanto, a mais alta de todas as doutrinas e só é adequada para os aspirantes completamente-amadurecidos.
Uma vez que as mentes dos aspirantes maduros (tivra adhikari) não podem ser satisfeitas com ajata, cuja verdade eles não conseguem entender completamente, nem com outras doutrinas como a dualidade (dvaita), que lhes parecem ser falsas e que, portanto, não podem aceitar, Sri Bhagavan deixa de lado todas as outras doutrinas e ensina apenas vivarta, que é adequada à maturidade da sua mente.





[1] Ulladu Narpadu - Versículo 1:

Porque nós vemos o mundo, aceitar um fundamental que tem um poder que se torna muitos é certamente a melhor opção. O filme com nomes e formas, aquele que vê, a tela coesiva e a luz que tudo impregna - tudo isso é ele, que é o nosso próprio ser.

Paráfrase explicativa:  Porque nós [como ego] vemos o mundo, aceitar um mudal [primeira coisa, origem, fonte, base ou realidade fundamental] que tem um poder que se torna muitos [aparências, nomeadamente nós como ego, o vidente ou percebedor, e todos os múltiplos fenómenos que constituem este ou qualquer outro mundo que possamos ver ou perceber] é certamente a melhor opção. O filme de nomes e formas [ou seja, o mundo e quaisquer outros fenómenos que apareçam na mente], aquele que vê [esse filme] [ou seja, o ego], a tela coesiva [ou seja, a mente como pano de fundo em que ele aparece] e a luz que tudo permeia [ou seja, a mente como a luz refletida da consciência, que é o que ilumina a sua aparição] - tudo isso é ele [a coisa única original], que é o nosso próprio ser [a nossa verdadeira natureza] .