sábado, 24 de maio de 2014

Ramana Maharshi-Documentário Arunachala Shiva





Como num poço de águas profundas
Mergulhe fundo com Razão aguda e cortante
Com Fala, Mente e Respiração contidas
Explorando assim descobrirá
A verdadeira fonte do eu-egóico
A mente mergulhando profundamente através de inquirição calmante
Isso é a verdadeira busca do Ser

                                                                                Ramana Maharshi



  

 GRATIDÃO a  todos os Seres Divinos que realizaram este Video
GRATIDÃO a todos os Seres Divinos presentes neste Video

GRATIDÃO ETERNA, VENERÁVEL SENHOR!





Quem sou eu?
       

      Sri Ramana deu-se a conhecer através do seu ensinamento 'Quem sou eu?', que
    podemos chamar de Auto-Inquirição. Ele ensinou que é possível manter em perma-
    nência a mente na sua fonte, dentro de nós, mais do que a projectar sempre para 
    o exterior, sobre objectos e pessoas.

    Foi perguntado a Sri Ramana: - Como permanecer na pergunta 'Quem sou eu?'
  
    Quando surgem outros pensamentos, não se deve segui-los, mas sim perguntar
    "Para quem surgem estes pensamentos?".  Pouco importa a quantidade de
    pensamentos que aparecem. A cada pensamento, deve-se perguntar com diligência 
    "Para quem surgiu este pensamento?". A resposta seria "Para mim". De onde, se logo
    nos perguntamos "Quem sou eu?", a mente retorna à sua fonte, e o pensamento que
    surgiu se aquieta.

    Praticando desta maneira com assiduidade, a mente desenvolverá a capacidade de
    permanecer na sua fonte.

    Se estamos muito calmos, podemos ver os pensamentos surgir. É quase como se
    eles surgissem do oceano.  Estais à procura no horizonte do oceano e podeis ver
    esses pensamentos, como pequenos caminhos que surgem do nada: Um pensamento!...
    Só um pensamento. Pegamos nesse pensamento e dizemos "um pensamento". E então
    o que sugere a Auto-inquirição, é que não agarremos o pensamento. Não o retemos,
    e se não o retemos, então não há nenhum problema! Os pensamento vêm e vão... os
    pensamentos vêm e vão... nenhum problema...

    É algo de muito subtil. Se realmente vemos isso, podemos ver que é uma ilusão.
    Podemos ver isso por nós mesmos, não é preciso ninguém nos dizer. É algo que o
    próprio tem que ver, ninguém pode mostrar-lhe.


       Permanecer No Coração,
       é o que se chama interiorização, voltar-se para dentro.

       Coração é outro nome para o Ser.


       As pessoas pensam que Bhagavan ensinou a Auto-Inquirição como o seu ensinamento
    pessoal. Seria mais apropriado dizer que não era um missionário da "Auto-Inquirição",
    ainda que tenha dito que mais cedo ou mais tarde sempre acabamos por chegar a esta
    pergunta, para que a resposta a - quem somos nós? - realmente nos seja revelada. Mas
    nunca forçou ninguém.

    Se alguém chegava perto dele perguntando: "Bhagavan, eu não sigo nenhuma prática,
    desejo Despertar, qual é o caminho mais rápido?", às vezes dizia: "A auto-indagação
    de si". Podia vir como uma página em branco, não era necessária nenhuma prática
    anterior, para que ele pudesse dizer: "Há que praticar a Auto-Inquirição".

    - É-lhe atribuído o facto de ter declarado que se tratava da via mais directa e rápida?

    - Sim. No livro "Dia a Dia com Bhagavan" é dito: "Persistam na inquirição durante todo
    o dia. Isso é suficiente. Se praticarmos a inquirição até adormecer, ela vai continuar
    durante o sono. Inicie a inquirição desde que acorda. É como recordar-se constante-
    mente, recordar-se constantemente..." Assim, podemos dizer que se queremos que a
    inquirição de si seja eficaz, é necessário ter uma mente calma, uma mente tranquila
    graças a uma prática espiritual.

    Ele dizia que tínhamos de praticar constantemente até ao momento da Realização.
    Não era: "Faz isso durante uma hora, sentado num recanto". Ele não a validava, até,
    como uma prática sentada. Dizia que para um principiante era judicioso começar
    sentado num recanto e praticar com os olhos fechados, só para ter uma ideia. Mas
    uma vez encetada esta busca, era necessário praticar durante todo o dia,
    independentemente do que se estivesse a fazer. A pergunta devia ser formulada em
    permanência.


    Assim, Sri Ramana dizia:   

        -  É preciso colocar-se a pergunta  " Quem sou eu? "
           Esta investigação irá conduzir finalmente à descoberta de qualquer coisa
           dentro de si que está para além da mente.
           Resolver este grande problema permite resolver todos os problemas.


    Então este "eu" é de alguma maneira a chave. 
    Se tomarmos o exemplo de uma ponte, uma dessas pontes com um arco, 
    eles colocam as pedras, e no meio colocam o que eles chamam a "chave da abóbada".




    E esta "chave da abóbada" mantém todas as outras pedras. Por isso, quem quiser
    destruir a ponte, só tem que derrubar esta pedra-chave. Tudo se desmorona.
    Assim se pode dizer que, se podemos realmente compreender o significado deste 
    "eu", todos as coisas relacionadas com este "eu" se desmoronam.

    Então, o que se desmorona é a nossa identificação com "ser alguém". É muito difícil de
    ver. Porque isso foi construído durante muitos anos, lentamente, lentamente...
    Começou quando éramos muito jovens para perceber o que se passava. Isso acontecia
    a todos à nossa volta. É perfeitamente natural, todo o mundo passa por isso.
    Construindo esta identidade, acabamos por acreditar nesta identidade. E, no entanto,
    esta identidade só existe na mente. A esta identidade nós chamamos "eu". E em cada
    momento da nossa vida, expressamo-nos através desse "eu": - Eu faço isto. Eu faço
    aquilo. Eu vou fazer isto. Eu fi-lo no ano passado. Eu, eu, eu. Então quem é este "eu"?

    Sri Ramana disse que se conseguirmos compreender o significado deste "eu",
    então tudo colapsa. 

    É claro que todo o pensamento vem-me a "mim". É sempre "eu". Então se nos
    perguntarmos: "Para quem surge este pensamento? Quem está sentado nesta cadeira?
    Quem fala?". É sempre "a mim". É sempre "eu". Porque está aí a nossa identificação -
    "eu". Assim, chegados a esta primeira resposta "eu", então é preciso perguntar: "Quem 
    é este eu?" - "Quem é este eu?". E não há resposta para esta pergunta.

    Portanto, não é uma investigação intelectual. Trata-se de uma investigação utilizando
    estas duas perguntas, onde a segunda pergunta leva à fonte, à nossa verdadeira
    natureza, ao Ser. Não há resposta para isso. Quer dizer, o Ser não é uma resposta. 
    Isso leva a este "nada". Logo a resposta à segunda pergunta, se se quiser, é "nada".
    É um profundo sentimento de vacuidade, de vazio.


    Na presença do Guru acontece isto. Na presença do Guru, é tudo tão delicado... 
    Como funciona?... Às vezes é através de palavras, outras vezes é simplesmente
    estando lá... sentado... observando o Guru... e vendo pela Sua perspectiva...
    e vendo, partir dessa posição, como o Guru conduz a Sua vida, e você verá que
    está nessa posição. Então começará a operar a sua vida a partir dessa posição, e 
    de repente verá que não há nada que tenha de fazer, e que é livre.


    A Realização do Ser virá a ser tão auto-evidente, fluirá da sua fonte tão
    maravilhosamente verdadeira, em tal paz, êxtase e alegria, que saberá de
    imediato reconhecê-la.





http://www.arunachala-ramana.org/photos/restored_photos/full/jh_025.jpg



O Ser é pura Consciência
Eu Sou Pura Consciência... Pura Consciência... É o Ser
Você é Consciência. Consciência é outro nome para si
Esta Consciência do Ser, Liberta do eu-egóico é o Grande Tapas*
Só existe A Realidade Una Que é Imutável (Sem Fim)
Não-Nascida (Sem-Princípio)
Consciência Que Tudo Permeia

                                                                                    Ramana Maharshi



     * Tapas
       Vem da raiz sânscrita "Tap" que significa - aquecer, arder.
       O ardor de Tapas é aquele esforço de uma vontade forte
       que gera uma força que é comparada ao fogo, que purifica
       e ilumina.


  
   Tradução: 'Blog Texto Meditativo'

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